Se o projeto de Washington for aprovado, cidadãos europeus que quiserem viajar para os Estados Unidos precisarão pagar uma taxa de 10 dólares. Membros da Comissão Europeia criticam a medida e já pensam em retaliação. “A introdução de uma taxa pelos Estados Unidos requer uma nova avaliação da Comissão Europeia, para julgar se o ESTA equivale a um vista ou não”, disse o porta-voz da comissão Michele Cercone.
Rastreamento de terroristas
Os oficiais em Washington alegam que as informações são cruciais na luta contra o terrorismo. Segundo eles, o sistema dá aos oficiais de inteligência norte-americanos 72 horas de vantagem para trabalhar, caso visitantes indesejados (ou terroristas) planejem viajar para os EUA.
Sob o ponto de vista da UE, a medida é ineficaz, pois a cobrança de uma taxa de entrada desencorajaria os visitantes europeus a fazerem o registro online. “A adoção de uma taxa como essa representaria um passo atrás no esforço conjunto que tivemos para facilitar a mobilidade transatlântica”, diz Cercone.
Os oficiais em Bruxelas estão relutantes em dar declarações enquanto o projeto ainda esteja em fase de discussão em Washington. Em compensação, outros representantes da UE foram menos cautelosos. O embaixador da Comissão Europeia nos Estados Unidos, John Bruton criticou: “É um projeto questionável, para não dizer paradoxal”, já que justificativa norte-americana é investir o dinheiro arrecadado na promoção do turismo. “Só em Alice no País das Maravilhas pode-se esperar que uma penalidade incentive a atividade que pune”, comentou.
Outras objeções vindas da UE, especialmente nos países em que cartões de crédito não são amplamente usados, incluem questões em relação à forma de pagamento dessa taxa. A opinião comum em Bruxelas é que forçar os europeus a pagar 10 dólares para entrar nos Estados Unidos com cartão de crédito e registro online apenas discrimina os visitantes que não têm internet nem cartão.
EUA dizem que vão investir dinheiro arrecadado na promoção do turismo
Os legisladores norte-americanos definem como “nominal” a taxa de 10 dólares, com validade por dois anos. O dinheiro arrecadado seria investido em treinamento para ensinar os visitantes a utilizar o registro eletrônico, bem como em outros programas para promover o turismo nos Estados Unidos.
O elo fraco da corrente
Outra fonte de tensão a respeito do programa de isenção de visto diz respeito à maneira como são feitas as negociações. Autoridades da UE sugerem que Washington pare de negociar bilateralmente com países europeus e, em vez disso, trate diretamente com a União Europeia.
Os membros do governo norte-americano acusam a UE de hipocrisia, e lançaram uma provocação, dizendo que se a o sentimento de unidade é tão importante para os europeus, os países que se beneficiam individualmente do programa de isenção de visto deveriam abrir mão desse direito em solidariedade aos estados-membros que continuam excluídos.
Membros da administração nos EUA insistem que há vulnerabilidades no sistema de segurança europeu. Washington vê a Grécia especialmente como problemática. Esse é o único membro “antigo” da União Europeia que teve negado o pedido para ingressar no programa de isenção de visto. Membros da inteligência norte-americana não confiam na segurança do passaporte grego e não estão convencidos do comprometimento de Atenas em combater o terrorismo e os extremistas.
Bruxelas respondeu dizendo que nenhum membro da UE deve ser deixado à margem, e que negociar com um país do bloco europeu deve significar negociar com todos.
*Com informação de Deutsche Welle.
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