Parabólica evolui para digital e disponibiliza acesso a conteúdo diversificado na Bahia

Novo equipamento digital também garante melhoria de imagem e som.
Novo equipamento digital também garante melhoria de imagem e som.

Aos 11 anos, Maria Lucia da Conceição teve contato pela primeira vez com a televisão, quando começou a trabalhar. Ela partilha que na zona rural, onde morou durante a infância, não tinha acesso ao aparelho. Atualmente, com 45 anos, conta que sua antiga parabólica, no modelo tradicional, estava velha e não ofertava tantos canais. O cenário mudou quando ela substituiu o equipamento pela nova parabólica digital, que tem mais de 80 canais disponíveis.

“É muito melhor com a nova antena. Consigo assistir aos jornais, novelas e também à programação religiosa, sem chuvisco, sinal caindo ou sendo interrompido”, partilha a moradora do município de Barrado Pojuca – Monte Gordo (BA).  Em mais de 15 milhões de lares brasileiros, a antena parabólica é fonte de informação e entretenimento, segundo informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-TIC) de 2021. Só na Bahia, 8.066 kits da nova parabólica digital já foram instalados até o momento, Feira de Santana é a cidade baiana que lidera com 4.889 aparelhos novos implantados.

Evolução das parabólicas

As primeiras antenas parabólicas começaram a chegar aos lares americanos em 1975 e, logo, migraram para outros países, como o Brasil. Elas refletiam o sinal vindo do espaço (satélite) para o centro da antena, onde fica o captador, também conhecido como LNB. A partir daí, o sinal é enviado para o aparelho receptor e codificado, sendo traduzido nos canais e estações de rádio.

Márcio Cauduro, gerente de produtos e negócios de TV da Elsys, lembra que, no início, o receptor era manual: o telespectador precisava se levantar para mudar o canal ou aumentar o volume. “Depois, chegou o controle remoto, e as antenas foram reduzindo de diâmetro. No final de 2010, grandes emissoras iniciaram um projeto de regionalização, levando os sinais de algumas afiliadas regionais para o satélite. Nesse período, alguns estados passaram a ter programação local na parabólica, movimento que vem se intensificando atualmente, com a mudança para a nova parabólica digital”.

Com o passar dos anos, novas tecnologias foram sendo implementadas à operação, como a chegada do receptor digital, com melhoria de imagem e mais facilidade na sintonia de novos canais.

Atualmente, a TV via satélite vive outro marco: a mudança da transmissão de sinal da Banda C para a Banda Ku, com a oferta de sinal digital. “A mudança para a nova parabólica digital é necessária para que a tecnologia 5G possa ser ativada com todo o seu potencial”, afirma Leandro Guerra, CEO da Siga Antenado, entidade não-governamental e sem fins lucrativos criada por determinação da Anatel, responsável por apoiar a população durante a migração do sinal de TV utilizado pelas parabólicas tradicionais (banda C) para o sinal das parabólicas digitais (banda Ku).

“Como a tecnologia vai operar na mesma frequência da parabólica tradicional (Banda C), que deixará de funcionar em breve, a população que utiliza esse serviço para receber sinal de TV aberta deverá substituir seus equipamentos pelos que operam em outra faixa, a Banda Ku, para evitar interferência e perda de sinal”, explica o CEO.

Para Cleonice Mascarenhas da Silva, moradora da cidade de Santa Bárbara, a instalação gratuita da antena digital contribuiu para seu acesso à TV, pela qualidade da imagem e som, assim como a oferta de canais disponíveis.

“Eu tinha antena parabólica, mas com a instalação da digital melhorou muito. Agora tem vários canais que antes não tinha, consigo assistir à Globo e ao SBT com imagem e som de qualidade”, pontua.

Yvan Cabral, sócio-fundador da fabricante Vivensis, explica que a Banda Ku tem muitas vantagens em relação à Banda C. “Para começar, o tamanho da antena é menor, facilitando a instalação e a fixação. Passamos de 1,5 m para opções de 60 cm ou 90 cm, a depender da região. A Banda Ku, com a tecnologia 265, permite o acesso a mais canais. A previsão é que na nova parabólica digital, quando terminar o processo, sejam mais de 100 canais.”  A transição para a Banda Ku atualizou o processo, equiparando-se às tecnologias utilizadas em grande parte dos países do mundo. Francine Curcio, analista de produtos e negócios da Intelbras, ressalta o ganho em qualidade de imagem e som.

“Mesmo nas TVs mais antigas, a melhoria é visível em relação à antena analógica. Quem permanecer com a parabólica tradicional vai perceber muitas interferências no sinal, em forma de chuvisco, até, de fato, não funcionar mais. A tendência é que todas as emissoras migrem para a Banda Ku em um curto espaço de tempo.”

Substituição gratuita

Uma parcela da população tem direito à instalação da nova parabólica digital gratuitamente. O benefício é destinado a famílias de menor renda inscritas em Programas Sociais do Governo Federal e que já tenham a antena parabólica tradicional em pleno funcionamento.


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