Cinco dias após liderar um golpe militar que derrubou o presidente eleito Ali Bongo, o general Brice Oligui Nguema foi empossado como o novo líder do Gabão. Em seu discurso de posse, ele prometeu preservar as conquistas da democracia e realizar eleições livres e transparentes após um período de transição. Além disso, Nguema sugeriu a anistia para “prisioneiros de opinião”. O golpe, que não resultou em derramamento de sangue, ocorreu após uma eleição presidencial envolta em alegações de fraude. A família Bongo, que governou o Gabão por mais de 55 anos, foi criticada por corrupção e má governança.
Promessas de transição democrática e anistia
No discurso de posse, o general Nguema enfatizou seu compromisso com a democracia, prometendo preservar as conquistas democráticas do país. Ele também se comprometeu a realizar eleições livres, transparentes e legítimas, embora não tenha especificado uma data para essas eleições. Além disso, Nguema propôs a anistia para “prisioneiros de opinião” e expressou sua intenção de facilitar o retorno de exilados políticos ao Gabão.
A promessa de anistia foi aplaudida pela multidão presente à cerimônia de posse e marcou um gesto de reconciliação após os eventos tumultuados que levaram ao golpe. O Gabão havia experimentado uma onda de protestos e agitação política após a eleição presidencial, que foi amplamente contestada pela oposição.
Golpe “sem derramamento de sangue”
O golpe, liderado pelo general Nguema, ocorreu menos de uma hora após a proclamação dos resultados das eleições presidenciais de 26 de agosto, que declararam a reeleição de Ali Bongo com quase 65% dos votos. Os militares acusaram o governo de Ali Bongo de fraude eleitoral e proclamaram “o fim do regime”. O golpe foi caracterizado como “sem derramamento de sangue”, com relatos de que nenhuma morte ou ferimento grave ocorreu durante o golpe.
Fim do domínio da família Bongo
A família Bongo havia governado o Gabão por mais de cinco décadas, com Omar Bongo Ondimba, pai de Ali Bongo, liderando o país por mais de 40 anos até sua morte em 2009. Durante esse tempo, o Gabão experimentou uma concentração de poder e riqueza nas mãos da elite governante, levando a alegações de corrupção massiva e má governança.
O golpe liderado pelo general Nguema foi saudado por muitos gaboneses que o viram como uma oportunidade de se libertar do domínio da família Bongo. Desde o golpe, o novo líder do Gabão tem realizado uma série de debates públicos com várias partes interessadas, incluindo líderes religiosos, empresários, sindicatos, sociedade civil e outros grupos, para discutir os próximos passos do país.
Compromisso com reformas e desenvolvimento
O general Nguema enfatizou seu compromisso com a luta contra a corrupção, a recuperação da economia e a redistribuição da riqueza para beneficiar a população gabonesa. Embora o toque de recolher imposto pelo governo anterior ainda não tenha sido formalmente suspenso, a vida cotidiana no Gabão parece ter voltado ao normal após o golpe.
A comunidade internacional, incluindo a União Africana, a União Europeia e a ONU, condenaram o golpe, embora alguns observadores tenham destacado a diferença em relação a outros golpes recentes no continente devido à alegação de fraude eleitoral que precedeu o golpe.
As próximas ações do governo de transição liderado pelo general Nguema e sua capacidade de manter as promessas de democracia, reconciliação e reforma econômica serão observadas de perto pela comunidade internacional e pelos gaboneses.
*Com informações da RFI.
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