Atendimento psicossocial transforma agressores em Feira de Santana, diz TJBA

Projeto inovador do Tribunal de Justiça da Bahia beneficiou mais de 1.800 supostos agressores de violência doméstica na comarca de Feira de Santana.
Projeto inovador do Tribunal de Justiça da Bahia beneficiou mais de 1.800 supostos agressores de violência doméstica na comarca de Feira de Santana.

Com o compromisso de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e segura, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) tem se destacado por seu pioneirismo no atendimento a casos de violência doméstica. Por meio da Vara de Violência Doméstica e Familiar (VVDF) da Comarca de Feira de Santana, o tribunal realizou um trabalho de atendimento psicossocial que já beneficiou mais de 1.800 supostos agressores entre 2015 e 2023.

Este projeto inovador se tornou uma referência e um modelo para outras unidades judiciais. É essencial destacar que tanto o Presidente do TJBA, desembargador Nilson Soares Castelo Branco, quanto a desembargadora Nágila Brito, presidente da Coordenadoria da Mulher do Tribunal baiano, apoiam e incentivam ações em defesa dos direitos das mulheres vítimas de violência doméstica.

A iniciativa de atendimento psicossocial foi implementada pelo Juiz Titular da unidade, Wagner Ribeiro Rodrigues, que enfatiza a importância de promover a conscientização dos agressores:

“É crucial que as pessoas atendidas compreendam que a conduta violenta é inadequada e disseminem essa ideia para outros. Antes do projeto, tratávamos os casos apenas com a aplicação de penas; agora, tentamos compreender efetivamente as razões por trás da violência e buscar soluções.”

O Juiz Wagner Ribeiro acrescenta que “apenas uma pequena porcentagem das pessoas que passam pelo projeto volta a cometer algum tipo de agressão, com uma taxa de reincidência de cerca de 2%. Portanto, o projeto tem sido extremamente bem-sucedido.”

O atendimento é conduzido por profissionais qualificados, incluindo Barbara Laudiceria Sotero Coutinho, Psicóloga cedida pelo Município de Feira de Santana, e Elisa Ramona, Assistente Social da Coordenadoria da Mulher do TJBA.

Além do Tribunal de Justiça, várias outras instituições estão envolvidas no projeto, como a Defensoria Pública do Estado (DPE), a Ronda Maria da Penha, o Ministério Público da Bahia (MPE), o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS), o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad), o Centro de Referência Maria Quitéria, o Centro de Referência da Mulher (CRMQ), a Casa Abrigo, Alcoólicos Anônimos (A.A) e os Conselhos Tutelares.

É importante ressaltar que as vítimas também recebem apoio através do TJBA e de órgãos especializados no município, como o Centro de Referência Maria Quitéria, os CRAS e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

O funcionamento dos atendimentos é estruturado: o suposto agressor é obrigado a comparecer à VVDF de Feira de Santana, conforme determinado nas medidas protetivas de urgência. A partir disso, ele é encaminhado para um atendimento psicossocial. Após o agendamento, o suspeito deve comparecer, na data e horário estabelecidos, na Rua Israelândia, nº 78, bairro Muchila I, em Feira de Santana. Vale destacar que, em caso de desobediência, a prisão preventiva pode ser decretada.


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