CPI das ONGs questiona financiamento estrangeiro do IPAM

O presidente da CPI levantou preocupações sobre a alocação de fundos. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
O presidente da CPI levantou preocupações sobre a alocação de fundos. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A CPI das ONGs se reuniu para ouvir o diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), André Guimarães, na terça-feira (17/10/2023). Durante a sessão, senadores questionaram o financiamento do IPAM, que depende em grande parte de recursos de governos e associações estrangeiras. O presidente da CPI, Plínio Valério, ressaltou que o IPAM já recebeu um total de R$ 780 milhões desde a sua criação, mas expressou preocupação com a alocação de fundos, especialmente em relação ao orçamento de 2022.

De acordo com Plínio Valério, o orçamento de 2022 do IPAM, que foi de R$ 39 milhões, destinou mais de 50% dos fundos para pagamento de salários dos funcionários da ONG. Além disso, mais de 80% dos recursos foram gastos com a própria estrutura, incluindo viagens, parcerias e consultorias. A maior parte dos fundos do Fundo Amazônia, que é financiado principalmente pela Noruega e Alemanha, também foi direcionada para a estrutura da ONG.

Durante a audiência, o diretor do IPAM, André Guimarães, defendeu a organização, destacando projetos que beneficiaram a população amazônica e contribuíram para a redução do desmatamento na região. Ele afirmou que a produção científica do IPAM resultou em mais de 1.200 artigos científicos publicados internacionalmente, que serviram de base para políticas públicas.

No entanto, o relator da CPI, Márcio Bittar, criticou o IPAM por seu financiamento vindo de países que são grandes poluidores. Ele argumentou que a ONG deveria adotar uma postura mais crítica em relação a esses governos. Além disso, Márcio Bittar expressou preocupação com a atuação de países ricos que aumentam suas emissões de carbono enquanto fazem exigências ao Brasil.

O senador Mecias de Jesus também destacou a contradição de uma ONG que recebe financiamento de grandes poluidores e questionou a prioridade dos investimentos em petróleo e carvão feitos por esses países.

Durante a sessão, André Guimarães enfatizou a necessidade de uma transição gradual para uma economia de baixo carbono e a importância das florestas na retenção de carbono. Ele apresentou pesquisas do IPAM que evidenciam os impactos do aquecimento global na produção de proteína animal e soja na Amazônia e no Cerrado.

*Com informações da Agência Senado.


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