A pesquisa inédita “Propósitos dos Afroempreendedores Baianos”, conduzida pelo Sebrae Bahia, lança luz sobre o cenário do afroempreendedorismo no estado, destacando não apenas as potencialidades, mas também os desafios enfrentados por esse grupo. A investigação, que ouviu 332 empreendedores entre os dias 31 de julho e 23 de agosto de 2023, revela que, apesar dos obstáculos, o otimismo prevalece.
O estudo ressalta a representatividade feminina no afroempreendedorismo, com 54% das empresas lideradas por mulheres. Em meio a esse panorama, 71% dos afroempreendedores baianos relatam faturar até 4 salários mínimos, sendo que a grande maioria (87%) atua nos setores de comércio e serviços. No entanto, a pesquisa destaca uma realidade desafiadora: 79% apontam o acesso a crédito e financiamento como suas principais dificuldades.
O analista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Anderson Teixeira, destaca a relevância do afroempreendedorismo, que movimenta a economia em comunidades, periferias e bairros dos municípios baianos.
“A pesquisa busca compreender as motivações e os principais desafios que esses empreendedores encontram no dia a dia, na gestão dos negócios”, explica.
Apesar das adversidades, os afroempreendedores mantêm um otimismo palpável. Anderson ressalta que a pesquisa oferece oportunidades para que o Sebrae e outras instituições de apoio ao empreendedorismo possam criar ações focadas nesse público. “Apesar de serem maioria na Bahia, os afroempreendedores enfrentam maior dificuldade para abrir e manter seus negócios”, afirma.
Um dos aspectos mais destacados na pesquisa é a presença significativa das mulheres negras no afroempreendedorismo. Motivadas pela busca por autonomia e independência (64%), essas empreendedoras enfrentam desafios adicionais. A falta de investimentos (36%), acesso limitado a recursos financeiros (36%) e a ausência de mentoria e apoio adequados (23%) figuram como principais obstáculos.
Débora Santos de Almeida, microempreendedora individual e protagonista da campanha “Empreender tem poder” do Sebrae Bahia, exemplifica essas realidades. Iniciando um negócio próprio com apenas R$ 25 na conta, ela enfrenta a difícil tarefa de obter financiamento para expandir seu empreendimento.
A pesquisa revela ainda que 51% das afroempreendedoras têm rendimento mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.640), sublinhando a necessidade de superar desafios e criar oportunidades para esse grupo.
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