Ex-moradores de bairros desativados em Maceió revelam sentimentos em mensagens

Após desativação de bairros em Maceió, mensagens revelam sentimentos de dor, revolta e saudade.
Após desativação de bairros em Maceió, mensagens revelam sentimentos de dor, revolta e saudade.

Maceió, uma cidade marcada pela beleza de suas praias e cultura vibrante, viu-se transformada nos últimos anos pela desativação de bairros inteiros, deixando para trás casas que outrora abrigavam famílias e agora estão cobertas pela vegetação que avança por rachaduras e muros. A tragédia anunciada começou em 2018, após chuvas intensas e tremores de terra, revelando a instabilidade do solo, especialmente nos bairros de Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Bebedouro e Farol.

O estudo do Serviço Geológico do Brasil ligado ao governo federal apontou a exploração de sal-gema no subsolo como a causa das movimentações do solo. Desde então, mais de 60 mil moradores foram removidos, deixando para trás não apenas suas casas, mas também sonhos e investimentos de uma vida.

Ao circular pelas ruas desertas, a sensação é de abandono e desolação. Casas e prédios cercados por tapumes, janelas e portas seladas, placas da Defesa Civil indicando condenação, criam um cenário que parece saído de um filme de terror. A atmosfera pesada é intensificada pelas sinalizações de rota de fuga, tornando o local mais parecido com um território proibido.

No entanto, mesmo diante do abandono, as mensagens deixadas pelos ex-moradores revelam uma resistência palpável. Em muros, calçadas e asfalto, expressões de dor, revolta, tristeza e saudade são compartilhadas como um último brado de resistência. As palavras grafadas nos resquícios do que um dia foi lar ecoam pelos bairros condenados à extinção.

O monitoramento diário do solo, iniciado em 2019 após a paralisação da exploração de sal-gema, enfrenta desafios recentes devido ao colapso de parte da mina 18 na Laguna Mundaú. Apesar disso, a Defesa Civil assegura a continuidade do acompanhamento com novos equipamentos em breve.

Enquanto a cidade lida com a transformação forçada, cinco acordos de reparação e indenização foram firmados entre a mineradora Braskem e a Prefeitura de Maceió desde 2019. Contudo, esses acordos estão sob questionamento judicial, com a Procuradoria-Geral do Estado de Alagoas buscando punição para a Braskem por crimes ambientais.

*Com informações da Agência Brasil.


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