Aumento do ICMS e Possíveis Impactos: Especialistas apontam que Reforma Tributária não foi a causa e alertam para novos ajustes tributários

Governadores de 10 estados e do Distrito Federal elevam o ICMS, alegando perdas com a Reforma Tributária. Especialistas explicam as motivações e apontam possíveis consequências para o consumidor.
Governadores de 10 estados e do Distrito Federal elevam o ICMS, alegando perdas com a Reforma Tributária. Especialistas explicam as motivações e apontam possíveis consequências para o consumidor.

O aumento nas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em dez estados e no Distrito Federal neste ano tem gerado debates e preocupações. Governadores justificam a medida como uma necessidade de compensação de perdas arrecadatórias ocasionadas pela Reforma Tributária. Entretanto, especialistas questionam essa correlação direta e apontam outras razões para o ajuste fiscal.

O projeto original da Reforma Tributária propunha que a fatia dos estados na divisão do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituiria o ICMS, seria baseada na média da arrecadação do ICMS entre 2024 e 2028. Essa disposição foi excluída do texto final da reforma, deixando governadores apreensivos quanto a possíveis perdas futuras. Segundo Katia Gutierres, especialista em Direito Tributário, a exclusão desse dispositivo gerou receios entre alguns estados sobre a diminuição da arrecadação.

André Felix Ricotta de Oliveira, professor doutor em direito tributário, aponta que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às distribuidoras de energia também influenciou o aumento do ICMS. O STF decidiu que essas empresas, consideradas prestadoras de serviços essenciais, não poderiam sofrer cobranças abusivas. Como resposta, estados elevaram as alíquotas para compensar a perda de arrecadação.

O aumento do ICMS, neste momento, resulta em produtos e serviços mais caros para o consumidor. Mesmo com a intenção da Reforma Tributária de trazer racionalidade ao sistema de impostos no Brasil, a curto prazo, não se espera alívio financeiro para o consumidor, dada a longa transição entre os dois sistemas tributários, que se estenderá até 2078, segundo Katia Gutierres.

A preocupação não se limita ao presente, pois especialistas alertam que novos aumentos de impostos não estão descartados até a efetivação do novo regime tributário. André Felix destaca que os governantes podem utilizar esses ajustes para melhorar suas arrecadações e superar déficits públicos, sem uma contrapartida efetiva para conter despesas.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.