O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou dados preocupantes em seu relatório anual, apontando para um agravamento da desigualdade global após o período da pandemia. Segundo o documento, a distância entre os Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) dos países mais ricos e dos mais pobres aumentou significativamente em 2022, revertendo uma tendência de redução que perdurava desde 1990.
O IDH, que avalia indicadores como riqueza, alfabetização, educação e esperança de vida, variou entre os países em uma escala de 0 a 1. No entanto, o relatório revelou que os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), representando a maioria das nações ricas, experimentaram um aumento em seus índices, enquanto mais da metade dos países menos desenvolvidos não conseguiram recuperar os níveis pré-pandêmicos.
“A crescente lacuna no desenvolvimento humano entre nações ricas e pobres revela um retrocesso nas conquistas obtidas nas últimas duas décadas”, destacou Achim Steiner, chefe mundial do Pnud.
Essa disparidade, segundo o relatório, está intimamente ligada à capacidade de resiliência dos países em enfrentar crises, o que demonstra a necessidade urgente de reformas e investimentos para promover um desenvolvimento mais equitativo.
Maitê Gauto, da Oxfam Brasil, ressaltou que a concentração de riqueza em poucas mãos exacerbou essa desigualdade, com os cinco homens mais ricos do mundo dobrando suas fortunas enquanto bilhões de pessoas empobreceram. A organização enfatizou a importância de medidas como a taxação dos super-ricos e o aumento dos investimentos nos países de baixa e média renda como formas de reduzir essa disparidade crescente.
Para Nathalie Beghin, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), somente uma atuação efetiva dos estados pode reverter esse quadro alarmante. No entanto, ela alertou que as instituições estatais estão fragilizadas, tanto internamente quanto internacionalmente, o que demanda uma mobilização urgente para fortalecer essas estruturas democráticas.
Além disso, o relatório do Pnud também chamou atenção para a concentração dos mercados nas mãos de algumas corporações internacionais, que exercem um poder significativo sobre as economias globais. Essa concentração, particularmente evidente nas cadeias globais de valor e no setor de tecnologia, contribui para o aumento da desigualdade ao redor do mundo.
*Com informações da Agência Brasil.
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