Preocupação do Brasil com processo eleitoral na Venezuela é “legítima e não interferência”, diz especialista

O ex-embaixador Edmundo Gonzalez Urrutia é registrado como candidato presidencial, substituindo a inelegível Maria Corina Machado.
O ex-embaixador Edmundo Gonzalez Urrutia é registrado como candidato presidencial, substituindo a inelegível Maria Corina Machado.

Na terça-feira (26/03/2024), a coalizão de oposição venezuelana finalmente conseguiu inscrever um candidato para as eleições presidenciais de 28 de julho. Edmundo Gonzalez Urrutia, ex-embaixador e cientista político, assumiu o posto, substituindo a inelegível Maria Corina Machado. A inscrição de Gonzalez Urrutia ocorreu após uma série de obstáculos impostos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que inicialmente se recusou a explicar a recusa de registro de outros candidatos, incluindo a indicada por Machado, Corina Yoris. Embora o prazo final para registro tenha expirado, a oposição obteve uma extensão e conseguiu registrar Gonzalez Urrutia. No entanto, tanto analistas políticos quanto membros da oposição temem que esse registro seja apenas temporário, sujeito a mudanças conforme as negociações entre poder e oposição avançam. Maria Corina Machado, uma figura proeminente da oposição, foi declarada inelegível sob acusações de corrupção e apoio a uma invasão estrangeira, alegações que ela nega veementemente.

A preocupação com o processo eleitoral venezuelano estende-se além das fronteiras do país. O Brasil e a Colômbia expressaram publicamente sua inquietação com as restrições impostas aos candidatos da oposição, enquanto Caracas denunciou essas manifestações como “interferência”. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu um comunicado declarando sua expectativa e preocupação com o desenvolvimento das eleições, destacando que os acontecimentos recentes poderiam minar a confiança internacional no processo eleitoral. Segundo Luis Salamanca, professor de ciência política da Universidade Central de Caracas, as declarações desses países refletem uma preocupação legítima com a democracia e o respeito ao processo eleitoral. No entanto, ele ressalta que o desfecho das eleições ainda está incerto, com desafios pendentes e a possibilidade de substituições de candidatos no futuro.

Além das preocupações diplomáticas, a situação na Venezuela também impactou as relações entre o país sul-americano e a Argentina. Buenos Aires concedeu asilo a seis opositores do regime venezuelano e emitiu um comunicado alertando sobre qualquer ação que ponha em risco a segurança de seu pessoal diplomático e cidadãos venezuelanos sob proteção. O presidente argentino, Javier Milei, instou Maduro a garantir eleições transparentes e democráticas, destacando as tensões crescentes entre os dois países, exemplificadas pela proibição de voos argentinos sobre o espaço aéreo venezuelano em retaliação a incidentes anteriores.

*Com informações da RFI.


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