Comissão faz esforço concentrado no Senado para votar Código Civil

Comissão de juristas se reúne no Senado para votar relatório final com mais de mil propostas de alteração no Código Civil, abordando temas controversos como direito do nascituro, direitos dos animais e direito digital.
Comissão de juristas se reúne no Senado para votar relatório final com mais de mil propostas de alteração no Código Civil, abordando temas controversos como direito do nascituro, direitos dos animais e direito digital.

Na próxima semana, entre os dias 1º e 5 de abril de 2024, a comissão de juristas encarregada de revisar e atualizar o Código Civil realizará um esforço concentrado no Senado com o objetivo de votar o relatório final contendo propostas de alteração em mais de mil artigos. Entre os temas abordados, destacam-se questões delicadas como o direito do nascituro, os direitos dos animais e as relações familiares, que têm gerado intensos debates e polêmicas.

Um dos pontos mais controversos refere-se ao direito do nascituro, o feto em gestação. O texto de um dos relatórios apresentados em fevereiro gerou polêmica ao utilizar a expressão “para efeitos deste Código Civil”, aparentemente limitando os direitos do nascituro. Essa interpretação alimentou notícias falsas, especialmente em grupos conservadores, levantando acusações de que a comissão estaria tentando facilitar o aborto. No entanto, o jurista Flávio Tartuce, um dos relatores da reforma do Código Civil, enfatiza que o projeto não trata do aborto e que seu trabalho é puramente técnico.

Além das questões ideológicas, a comissão de juristas enfrenta críticas de organizações como a União de Juristas Católicos, que se manifestou contra qualquer iniciativa de revisão do Código Civil, alegando que se trata de uma tentativa de refundação da visão de sociedade, pessoa e família. No entanto, Tartuce nega que a proposta seja uma revolução de costumes e afirma que o objetivo é apenas atualizar o código para desembaraçar a vida das pessoas e resolver problemas práticos do dia a dia.

O Código Civil, que data de 1916 e foi substituído pelo código atual em 2002, regula uma ampla gama de direitos e relações sociais, desde o nascimento até a morte. Diante das rápidas mudanças na sociedade, especialmente com o avanço da tecnologia, a revisão do código é vista como necessária para adequá-lo aos desafios contemporâneos. Propostas incluem a inserção de direitos previstos em tratados internacionais, a consideração dos animais como “objetos de direitos”, a criação de uma nova figura jurídica para as uniões estáveis e a inclusão de um livro sobre direito digital.

O esforço concentrado no Senado para votar a reforma do Código Civil é um passo importante para modernizar a legislação brasileira e garantir que ela acompanhe as transformações da sociedade. A decisão final caberá ao Parlamento, mas o trabalho da comissão de juristas representa um marco na busca por uma legislação mais justa e atualizada.


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