No começo de junho de 2024, o Google enfrentou o maior vazamento interno de dados de sua história. A empresa confirmou a autenticidade de 2.500 arquivos vazados, detalhando as informações coletadas sobre páginas e sites da web para definir sua relevância nos resultados de busca. Embora o algoritmo de busca em si não tenha sido comprometido, a lista dos dados que alimentam o algoritmo foi divulgada, levantando preocupações sobre a transparência e práticas do Google.
A World Wide Web, muitas vezes chamada apenas de “web”, é uma parte crucial da internet, constituída por um vasto conjunto de páginas interligadas por hiperlinks. Historicamente, foi a principal porta de entrada para a internet para muitos usuários. Com o surgimento de smartphones e redes sociais fechadas, a web se transformou, mas permanece essencial para o acesso aberto a informações.
Nos últimos dez anos, a web mudou significativamente, com páginas desenhadas para otimizar sua posição nos resultados de busca do Google. Esse processo, conhecido como SEO (Search Engine Optimization), envolve ajustes baseados em tentativa e erro para melhorar a visibilidade nos motores de busca. Profissionais de SEO são essenciais para garantir que os sites obtenham um bom posicionamento no Google, dada a importância deste para o tráfego web.
A relação entre criadores de conteúdo e o Google é complexa. Enquanto os executivos do Google criticam práticas de SEO por manipular o algoritmo, os responsáveis por sites reclamam das mudanças frequentes no algoritmo, que podem reduzir drasticamente o tráfego de um site sem aviso prévio. A maioria das visitas a sites na web vem de cliques nos resultados de busca do Google, e a viabilidade financeira desses sites geralmente depende da publicidade exibida.
O vazamento revelou que o Google coleta dados como o tempo de permanência dos usuários em sites, o número de cliques recebidos e dados de navegação do Chrome, contradizendo declarações anteriores da empresa. Com 65% de participação no mercado de navegadores, o Chrome é uma fonte significativa de dados. Cada movimento dos usuários é monitorado para informar o algoritmo de busca.
Embora o Google tenha confirmado a autenticidade dos documentos, a empresa pediu cautela na interpretação dos dados. A coleta de informações pode não implicar em seu uso direto no algoritmo. No entanto, a questão permanece: por que coletar dados se não são utilizados?
Nilay Patel, editor-chefe do site de tecnologia The Verge, alerta para um futuro próximo em que o Google fornecerá resumos diretos das informações encontradas nos melhores sites, reduzindo os cliques nos próprios sites a zero. Este cenário poderia levar a web à inanição, com criadores de conteúdo perdendo sua principal fonte de renda, enquanto o Google continua a se beneficiar do conteúdo produzido.
*Com informações do Jornal O Globo.
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