Ministério da Justiça relata desafios das diásporas afegãs e haitianas no Brasil

O Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou os desafios enfrentados pelas diásporas afegãs e haitianas no Brasil, destacando as barreiras impostas pela violência e pela instabilidade política em seus países de origem. Em entrevista à ONU News, a diretora do Departamento de Migrações, Luana Medeiros, detalhou as dificuldades específicas enfrentadas pelos migrantes dessas nações.

Luana Medeiros enfatizou que, apesar da intenção do governo brasileiro em facilitar a reunificação familiar para haitianos, a situação de violência de gangues no Haiti tem complicado significativamente o processo de emissão de vistos. Com a maioria das embaixadas no país caribenho fechadas devido à escalada da violência armada, a embaixada brasileira opera com capacidade reduzida, o que tem impactado diretamente na execução das políticas migratórias planejadas.

A diretora explicou que, desde 2011, o Brasil tem recebido um fluxo contínuo de haitianos em decorrência do terremoto devastador que assolou a nação insular naquele ano. A resposta do governo brasileiro tem sido focada não apenas na emissão de vistos humanitários, mas também na criação de condições para a integração digna desses migrantes na sociedade brasileira.

No que diz respeito aos afegãos, Medeiros destacou uma nova abordagem em curso para melhorar a política de acolhida, visando não apenas a concessão de vistos, mas também a promoção de um ambiente propício para a permanência e integração desses indivíduos no Brasil. Este esforço inclui iniciativas para que instituições da sociedade civil possam participar ativamente no acolhimento e integração de afegãos através de um modelo de patrocínio comunitário, inspirado em práticas internacionais bem-sucedidas.

Além das questões específicas de emissão de vistos e integração, a diretora também abordou a prioridade do Ministério da Justiça e Segurança Pública em enfrentar o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes. Ela destacou a complexidade desses crimes, frequentemente perpetrados por redes criminosas transnacionais que exploram a vulnerabilidade das populações migrantes. A especialista anunciou o lançamento iminente de um novo plano nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas e contrabando de migrantes, reiterando o compromisso do Brasil em proteger as vítimas desses crimes.

*Com informações da ONU News.