A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou duas mortes relacionadas à febre oropouche, após a análise da Câmara Técnica de Análise de Óbitos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica estadual. A febre oropouche é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (Orov) e transmitida por mosquitos.
O primeiro óbito registrado foi o de uma mulher de 21 anos, residente em Valença, que faleceu em 27 de março. O segundo caso foi de uma mulher de 24 anos, moradora de Camamu, que morreu em Itabuna no dia 10 de maio. A confirmação da causa do óbito foi divulgada na segunda-feira (22/07/2024), após a conclusão dos exames necessários.
Segundo a Sesab, ambas as vítimas apresentaram sintomas como febre, dor de cabeça, dor retro-orbital, mialgia, náuseas, vômitos, diarreia, dores nos membros inferiores e fraqueza. As pacientes também apresentaram sinais graves como manchas vermelhas e roxas pelo corpo, sangramento nasal, gengival e vaginal, sonolência, vômito com hipotensão, sangramento grave e queda abrupta de hemoglobina e plaquetas.
O Ministério da Saúde está investigando um terceiro caso suspeito de febre oropouche em Santa Catarina. Em 2023, foram registrados 832 casos da doença, e em 2024, até o momento, foram notificados 7.236 casos em 16 estados, um aumento de 770,19% em comparação com o ano anterior. O aumento da detecção foi impulsionado pela ampliação da rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta sobre o aumento dos casos, especialmente nos estados do Amazonas, Acre e Roraima, que fazem fronteira com países da bacia Amazônica. O alerta também menciona a possibilidade de transmissão vertical do vírus da mãe para o bebê durante a gestação. Recentemente, foi registrado um caso em Pernambuco, onde uma gestante com febre oropouche teve a morte fetal confirmada. Outro caso suspeito também foi notificado no estado.
O Ministério da Saúde divulgou, no dia 11, uma nota técnica recomendando reforço na vigilância de saúde quanto à possível transmissão vertical do vírus. A nota visa orientar a sociedade sobre a arbovirose, após a detecção de genoma viral em casos de morte fetal e anticorpos em recém-nascidos com microcefalia. No entanto, ainda não há evidências científicas consistentes sobre a transmissão do vírus Orov para o bebê durante a gestação e seus efeitos sobre malformações ou abortos.
A febre oropouche é uma doença viral transmitida principalmente por mosquitos maruim (Culicoides paraensis) e Culex. A doença, isolada pela primeira vez no Brasil em 1960, pode ser confundida com a dengue, apresentando sintomas como febre, dor de cabeça, mialgia e artralgia. O tratamento atual visa apenas aliviar os sintomas, pois não há terapias específicas para a febre oropouche.
*Com informações da Agência Brasil.
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