Soja brasileira será testada na Coreia do Sul para fabricação de produtos alimentícios

A parceria entre a Embrapa Cerrados e a Korea Agro-Trade Center visa fornecer soja não-transgênica para a produção de tofu e outros produtos alimentícios na Coreia do Sul.
A parceria entre a Embrapa Cerrados e a Korea Agro-Trade Center visa fornecer soja não-transgênica para a produção de tofu e outros produtos alimentícios na Coreia do Sul.

Na última sexta-feira (19/07/2024), a Embrapa Cerrados e a Korea Agro-Trade Center São Paulo, uma empresa da Coreia do Sul, assinaram um memorando de entendimento para estabelecer uma parceria focada na busca de cultivares de soja não-transgênica no Brasil. O objetivo da Korea Agro-Trade Center é encontrar variedades de soja com bom desempenho para a fabricação de produtos alimentícios amplamente consumidos na Ásia, como tofu, missô e bebidas à base de soja.

Sebastião Pedro, chefe-geral da Embrapa Cerrados, detalhou que, inicialmente, foram enviados grãos de cinco cultivares desenvolvidas pela Embrapa para testes na Coreia do Sul. Estes grãos são ricos em proteína, o que é essencial para a produção de tofu. Pedro explicou que o objetivo é ajustar os materiais conforme as necessidades do mercado sul-coreano e desenvolver cultivares que atendam aos padrões de consumo daquele país.

Young Jung, diretora da Korea Agro-Trade Center São Paulo, destacou que a soja é a segunda cultura alimentar mais importante na Coreia do Sul, após o arroz. O país importa 180 mil toneladas de soja convencional anualmente, com 60% destinadas à produção de tofu. A parceria visa diversificar os fornecedores de soja e garantir a segurança alimentar da Coreia do Sul. O acordo conta com o apoio da Embaixada da República da Coreia no Brasil.

O adido comercial da Embaixada, Kong Sung Ho, expressou satisfação com a qualidade dos grãos de soja, que contêm 42% de proteína, adequada para a produção de tofu. Sung Ho destacou que o acordo pode fortalecer as relações bilaterais e beneficiar tanto o setor público quanto o privado, especialmente na agricultura.

Sebastião Pedro, que também atua como pesquisador em melhoramento genético de soja, explicou que a quantidade de proteína da soja pode variar conforme o local de cultivo e as condições climáticas. Ele ressaltou a importância da aproximação com o mercado sul-coreano para entender as necessidades específicas em relação à qualidade da soja.

Pedro observou que, inicialmente, a produção de soja no Cerrado visava atender ao mercado de farelo e óleo para alimentação animal. Atualmente, a pesquisa foca em fortalecer a produção de soja para consumo humano, especialmente para o mercado asiático, que exige soja não-transgênica e de alta qualidade.

A soja destinada ao consumo humano é um nicho de mercado que exige cuidados especiais, como a separação dos cultivares convencionais dos transgênicos e uma logística diferenciada para o armazenamento e transporte. Jung alertou que as amostras de soja passarão por inspeções de segurança para garantir que não contenham grãos transgênicos antes dos testes de processamento. Pedro reforçou a importância do acompanhamento da cadeia produtiva e a certificação de origem para assegurar a qualidade e a sustentabilidade da produção.


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