Epidemia de insônia preocupa especialistas em Saúde

Epidemia de insônia preocupa médicos devido aos seus impactos na saúde e no desempenho diário.
Epidemia de insônia preocupa médicos devido aos seus impactos na saúde e no desempenho diário.

No Brasil e no mundo, o sono tornou-se um recurso cada vez mais escasso e valorizado, confrontando a noção equivocada de que dormir é um luxo dispensável. Sob a ótica de especialistas em neurologia e medicina do sono ouvidos pela Sputnik Brasil, a insônia não apenas priva os indivíduos de um descanso essencial, mas também acarreta consequências severas para a saúde física e mental.

Segundo Fernando Stelzer, neurologista e coordenador do Laboratório do Sono da Santa Casa de Porto Alegre, o sono adequado é crucial para a restauração fisiológica diária, permitindo que o organismo se recupere e funcione de maneira ótima. Entretanto, dados alarmantes revelam que sete em cada dez brasileiros sofrem de insônia ocasional, enquanto pelo menos 20% da população enfrenta insônia crônica, caracterizada por dificuldades recorrentes para iniciar ou manter o sono.

“A insônia crônica não deve ser subestimada”, adverte Stelzer. “Além de comprometer a produtividade e a qualidade de vida, a falta de sono adequado está associada a uma série de riscos à saúde, incluindo acidentes de trânsito devido a sonolência, além de aumentar a vulnerabilidade a doenças cardiovasculares e neurodegenerativas como o Alzheimer.”

Andreia Bacelar, neurologista especializada em medicina do sono, destaca que a sociedade contemporânea enfrenta um dilema entre os ritmos biológicos naturais e as exigências profissionais e sociais.

“É fundamental respeitar o nosso ciclo biológico para manter a saúde física e mental”, enfatiza Bacelar. “As pessoas que trabalham por turnos ou têm hábitos noturnos estão particularmente em risco, com maior propensão a uma série de doenças graves.”

Os perigos da privação de sono não se limitam apenas ao cansaço físico e mental imediato. Bacelar explica que noites maldormidas impedem processos essenciais de restauração celular e hormonal, predispondo o corpo a condições metabólicas adversas e síndromes imunológicas. A longo prazo, a falta crônica de sono pode até mesmo desencadear problemas genéticos subjacentes.

Para tratar a insônia, os especialistas recomendam abordagens que vão além do uso de medicamentos como a melatonina e o Zolpidem, frequentemente utilizados de maneira inadequada. Stelzer alerta para os riscos de dependência e efeitos colaterais associados ao Zolpidem, enquanto Bacelar destaca a necessidade de uma avaliação médica adequada para determinar o tratamento mais eficaz, que pode incluir psicoterapia, especialmente a terapia cognitiva comportamental, e a adoção de hábitos saudáveis de sono, conhecidos como higiene do sono.

*Com informações da Sputnik News.


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