Julho de 2024 estabelece novos recorde de temperatura global

Dados confirmam que julho de 2024 foi o mês mais quente já registrado globalmente, com impactos severos em crianças de várias regiões, especialmente na África Ocidental e Central.
Dados confirmam que julho de 2024 foi o mês mais quente já registrado globalmente, com impactos severos em crianças de várias regiões, especialmente na África Ocidental e Central.

Julho de 2024 entrou para a história como o mês mais quente já registrado no planeta, conforme divulgado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Segundo os dados coletados ao longo dos últimos 175 anos, as temperaturas atingiram níveis inéditos, afetando centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Este foi o 14º mês consecutivo em que as temperaturas globais bateram recordes, superando a sequência mais longa de temperaturas elevadas, que ocorreu entre maio de 2015 e maio de 2016.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) destacou que julho, climatologicamente, é o mês mais quente do ano. Portanto, o fato de julho de 2024 ter sido o mais quente já registrado sugere que pode ser considerado o mês mais quente de todos os tempos. A OMM acrescenta que os últimos 10 julhos foram os mais quentes da história, indicando uma tendência contínua de aquecimento global.

Em resposta a esses dados alarmantes, a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, afirmou que a adaptação climática por si só não é suficiente para enfrentar a crise. Ela enfatizou a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que são a causa raiz do aquecimento global.

Os efeitos do calor extremo são particularmente preocupantes para as crianças. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), uma em cada cinco crianças vive em áreas que estão experimentando pelo menos o dobro do número de dias extremamente quentes em comparação com a época dos seus avós. A nova análise da agência, divulgada na última quarta-feira, compara a média de dias extremamente quentes dos anos 1960 com a média dos anos entre 2020 e 2024.

O estudo alerta para a velocidade e a escala com que os dias extremamente quentes, definidos como aqueles com temperaturas acima de 35°C, estão afetando quase meio bilhão de crianças em todo o mundo. Muitas dessas crianças vivem em áreas sem infraestrutura ou serviços adequados para lidar com o calor extremo.

A diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell, destacou que o calor extremo está prejudicando a saúde, o bem-estar e as rotinas diárias das crianças. Em 16 países, as crianças agora enfrentam mais de um mês de dias extremamente quentes adicionais em comparação com seis décadas atrás. No Sudão do Sul, por exemplo, as crianças estão enfrentando uma média anual de 165 dias extremamente quentes nesta década, em comparação com 110 dias na década de 1960. O Paraguai, por sua vez, viu um aumento de 36 para 71 dias.

Globalmente, as crianças na África Ocidental e Central estão expostas aos maiores números de dias extremamente quentes e aos aumentos mais significativos ao longo do tempo. Cerca de 123 milhões de crianças nessas regiões agora experimentam uma média de mais de um terço do ano, ou pelo menos 95 dias, com temperaturas superiores a 35°C. No Mali, esse número chega a 212 dias, no Níger a 202, no Senegal a 198 e no Sudão a 195 dias.

Na América Latina e no Caribe, quase 48 milhões de crianças vivem em áreas que enfrentam o dobro do número de dias extremamente quentes. O estresse térmico causado pela exposição ao calor extremo representa ameaças graves à saúde e ao bem-estar das crianças e das mulheres grávidas, especialmente na ausência de intervenções adequadas para resfriamento. Este estresse contribui para a desnutrição infantil, doenças relacionadas ao calor e torna as crianças mais vulneráveis a doenças infecciosas que se proliferam em altas temperaturas, como a malária e a dengue.

Estudos indicam que o calor extremo também pode afetar o neurodesenvolvimento, a saúde mental e o bem-estar das crianças, ressaltando a necessidade de medidas urgentes para mitigar os impactos das mudanças climáticas.

*Com informações da ONU News.


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