Especialistas internacionais têm expressado grave preocupação com a iminência de uma crise alimentar em quatro distritos do Iémen, conforme relatório divulgado pela Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC). O estudo prevê que os distritos de Mawza e Mocha, na província de Taís, e Hays e Khawkhah, na província de Hodeida, enfrentarão níveis críticos de desnutrição aguda entre julho e outubro deste ano.
A insegurança alimentar no Iémen, exacerbada por um conflito civil em curso desde 2014, está piorando significativamente. O relatório revela um aumento de 34% na desnutrição aguda infantil em comparação com o ano anterior. Até o final de 2024, estima-se que mais de 180 mil crianças menores de cinco anos estarão gravemente desnutridas. Além disso, cerca de 223 mil mulheres grávidas e lactantes estão em risco de desnutrição.
O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Iémen, Peter Hawkins, destacou que o relatório confirma uma tendência alarmante de desnutrição aguda entre crianças no sul do país. Hawkins apelou por proteção adicional para as populações vulneráveis e por um aumento nos esforços de prevenção e tratamento.
A crise humanitária no Iémen é uma das mais severas do mundo, com cerca de metade da população, ou 18,2 milhões de pessoas, necessitando de ajuda humanitária este ano. O conflito prolongado, surtos de cólera e sarampo, alta insegurança alimentar, acesso limitado a água potável e ajuda humanitária inadequada têm contribuído para a crise. O conflito já resultou na morte de mais de 150 mil pessoas, incluindo civis e combatentes, agravando a situação humanitária no país.
*Com informações da ONU News.
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