Professores e autoridades se reúnem durante o 24º Encontro Estadual de Educadoras e Educadores do MST na Bahia

Durante o evento, o governador Jerônimo Rodrigues enfatizou a necessidade de garantir acesso à terra, água e infraestrutura para os moradores do campo.
Durante o evento, o governador Jerônimo Rodrigues enfatizou a necessidade de garantir acesso à terra, água e infraestrutura para os moradores do campo.

O 24º Encontro Estadual de Educadoras e Educadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocorreu em Salvador, nos dias 24 a 26 de outubro de 2024, no Centro de Treinamento da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), localizado no bairro de Itapuã, em Salvador. O evento contou com a participação de 14 escolas estaduais do campo, que apresentaram modelos pedagógicos voltados para a valorização da natureza e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis. O encerramento do encontro, realizado no último sábado, foi marcado por um café da manhã que contou com a presença do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, da secretária da Educação, Rowenna Brito, e de outras autoridades.

Durante a sua fala, o governador Jerônimo Rodrigues destacou a importância do trabalho conjunto entre o Estado, os movimentos sociais e os Municípios para garantir a permanência de quem vive no campo, enfatizando a necessidade de acesso à terra, água e infraestrutura.

“A gente percebe um amadurecimento das proposições, dos cuidados, dos elos. Nós queremos cuidar do tema da educação do campo, mas também da saúde para quem mora no campo, das condições para manutenção da cultura. É uma pauta conjunta do Estado com os movimentos e do Estado com os Municípios, para que quem mora no campo possa ter terra, água e estrada pavimentada”, afirmou.

Conforme dados divulgados pela Secretaria da Educação (SEC), 80 mil estudantes estão matriculados em escolas do campo na rede estadual, sendo 1.111 alunos em escolas localizadas em assentamentos. A dirigente do setor estadual de educação do MST na Bahia, Síntia Carvalho, destacou que o evento visa priorizar o estudante assentado e reforçar a colaboração com o Estado e a União.

“A Secretaria de Educação está junto conosco, pensando e construindo junto, reformando nossas escolas, construindo refeitórios, estradas, organizando os nossos espaços para que, de fato, as nossas escolas estejam bem estruturadas para receber os nossos educandos e educandas com a nossa identidade, para que tenhamos uma educação pública gratuita e de qualidade”, disse Carvalho.

O encontro contou com a participação de cerca de 340 educadores que atuam em assentamentos e quilombos de dez regiões da Bahia. Durante os três dias de evento, os educadores realizaram um balanço sobre os resultados da Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos territórios de reforma agrária, além de discutirem as práticas de agroecologia desenvolvidas nas escolas e a implementação da alimentação proveniente da agricultura familiar na educação estadual.

A secretária da Educação, Rowenna Brito, enfatizou que o encontro dialoga com os projetos estratégicos da pasta para os próximos anos, especialmente nas áreas rurais e em territórios quilombolas.

“Fizemos uma formação em conjunto com o Ministério da Educação e com as nossas universidades estaduais. No primeiro dia da formação, recebemos a representante do Ministério da Educação, que tratou de pautas das escolas do campo, de assentamento, dialogando com os projetos estratégicos da Secretaria da Educação, com o Bolsa Presença, com o Educa Mais Bahia, com toda essa agenda de garantia de permanência dos estudantes na escola”, destacou Rowenna.

O educador popular Munvualenganga, que atua como professor de matemática e de agroecologia no Colégio Estadual Luana Carvalho, em Ituberá, avaliou que o encontro foi fundamental para o aprimoramento das práticas pedagógicas dos educadores em seus respectivos territórios.

“O encontro também é um momento que você conhece outras experiências, divide sofrimentos comuns a outros professores e se atualiza dos debates. Conhecemos um pouco das políticas públicas, dos princípios organizativos. Reacende na gente a esperança em relação à educação popular”, celebrou Munvualenganga.

O evento também marcou a celebração dos 40 anos do MST e suas lutas por reforma agrária em todo o Brasil, um movimento que se fortaleceu desde o fim da ditadura militar no país. A trajetória do MST reflete a busca por direitos e pela valorização da educação do campo, essencial para o desenvolvimento sustentável e para a promoção de uma sociedade mais justa.


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