O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta segunda-feira (18/11/2024) para votar uma resolução proposta pelo Reino Unido com o objetivo de aumentar a proteção dos civis afetados pelo conflito no Sudão e promover um cessar-fogo nacional. A proposta, no entanto, foi vetada pela Rússia, o que impediu a adoção de medidas que visavam mitigar os efeitos da guerra e proporcionar uma solução diplomática ao conflito.
A guerra no Sudão, que opõe o Exército Sudanês e as Forças de Apoio Rápido (RSF), já resultou na morte de mais de 20 mil pessoas e no deslocamento forçado de milhões. O projeto de resolução propunha a condenação dos ataques contínuos do RSF, particularmente em El Fasher, na região de Darfur, e apelava para a suspensão de todos os ataques contra civis. Além disso, a resolução pedia o início de um “diálogo de boa-fé” entre as partes envolvidas, visando a implementação de um cessar-fogo nacional.
Outro ponto central da proposta rejeitada era a criação de pausas humanitárias que permitissem o acesso rápido e seguro de ajuda humanitária às populações afetadas. A resolução também enfatizava a necessidade de que todas as partes envolvidas tomassem medidas urgentes para acabar com a violência sexual e impedissem que essa prática fosse usada como uma “tática de guerra”.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, que presidiu a reunião, lamentou o veto da Rússia, chamando-o de “desgraça”. Lammy destacou os sofrimentos que os civis sudaneses enfrentam há mais de 18 meses, incluindo “atrocidades motivadas por ódio étnico, violência sexual, violações em massa e o rapto de crianças para recrutamento forçado”. Para o diplomata britânico, o veto russo foi uma tentativa de obstruir a ajuda internacional, sendo uma reflexão do uso de mercenários russos para espalhar o conflito e a violência por todo o continente africano.
Por sua vez, o representante permanente da Rússia no Conselho, Dmitry Polyanskiy, justificou o veto afirmando que a resolução continha “um falso entendimento sobre quem tem a responsabilidade de proteger os civis” e argumentou que a decisão de convidar forças estrangeiras para o Sudão deveria ser tomada exclusivamente pelo governo sudanês. Polyanskiy criticou a proposta por não mencionar esse ponto e considerou que a resolução representava uma “tentativa de intromissão nos assuntos internos do Sudão”.
Em relação à ajuda humanitária, a coordenadora residente e humanitária da ONU no Sudão, Clementine Nkweta-Salami, saudou a recente decisão do governo sudanês de prolongar a utilização da passagem fronteiriça de Adré, no Chade, por mais três meses. Esse canal é crucial para a entrega de itens essenciais de ajuda às regiões afetadas pelos confrontos, especialmente em Darfur. Nkweta-Salami destacou a importância dessa medida, considerando a passagem de Adré uma “tábua de salvação” para centenas de milhares de pessoas vulneráveis no país.
*Com informações da ONU News.
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