Representantes da Rússia e dos Estados Unidos reunidos em Riad, nesta terça-feira (18/02/2025), concordaram em estabelecer um mecanismo de consulta e nomear equipes de alto nível para negociar uma solução para a guerra na Ucrânia. O encontro marcou a primeira reunião desse nível entre os dois países desde a invasão russa ao território ucraniano, em fevereiro de 2022.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que a Rússia demonstrou interesse em um processo sério para encerrar o conflito. Ele destacou que qualquer solução deve ser permanente e que será necessário discutir a questão territorial e as garantias de segurança. Segundo Rubio, a União Europeia e outros países devem participar das negociações futuras, pois muitas das sanções impostas contra a Rússia dependem de um consenso internacional para serem revisadas.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou que há um interesse mútuo em remover barreiras econômicas e que os americanos passaram a compreender melhor a posição de Moscou. Ele ressaltou que os dois países demonstraram abertura para o diálogo e destacou oportunidades para futuras parcerias, condicionadas ao fim do conflito.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em visita a Ancara, enfatizou a necessidade de que a Ucrânia e outros países europeus participem do processo. Ele defendeu que qualquer acordo sobre o conflito deve incluir garantias de segurança discutidas entre Kiev, União Europeia, Reino Unido, Turquia e Estados Unidos.
O governo americano e o Kremlin confirmaram a intenção de nomear equipes negociadoras e indicaram que Kiev será incluída nas tratativas em momento oportuno. O conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmou que as delegações de ambos os países iniciaram contatos preliminares e que a construção de um acordo viável exigirá negociações prolongadas.
A Rússia reiterou sua posição contrária à presença de soldados da Otan na Ucrânia, independentemente da bandeira sob a qual operem. Lavrov declarou que essa possibilidade é inaceitável para Moscou, enquanto alguns países europeus e autoridades ucranianas defendem essa medida para garantir a segurança do país e a implementação de um eventual acordo de paz.
Além do mecanismo de consulta, Moscou e Washington concordaram em estabelecer as bases para futuras cooperações geopolíticas e econômicas. Antes do início das tratativas, a Rússia reafirmou que qualquer solução para o conflito deverá incluir uma reconfiguração do sistema de segurança europeu. O governo russo exige, há anos, a retirada de forças da Otan da Europa Oriental, argumentando que a presença da aliança militar representa uma ameaça existencial para o país.
*Com informações da RFI.
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