O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, respondeu nesta quarta-feira (12/03/2025) à carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propôs uma retomada das negociações sobre o programa nuclear do Irã. Em seu pronunciamento, Khamenei afirmou que o Irã “não possui armas nucleares” e não está “buscando desenvolvê-las”. As declarações ocorreram durante uma reunião com estudantes, após a entrega do documento de Trump por um diplomata dos Emirados Árabes Unidos.
Khamenei enfatizou que as negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear não resultariam na suspensão das sanções que o Irã enfrenta. O líder iraniano também observou que as ameaças de ação militar por parte dos EUA eram “imprudentes“, reiterando que, caso o Irã tivesse a intenção de construir armas nucleares, os Estados Unidos não seriam capazes de impedir.
O aiatolá também destacou que a decisão do Irã de não buscar armas nucleares decorre da vontade interna do país, e não de pressões externas. “Nós mesmos não as queremos“, afirmou Khamenei, afastando as alegações sobre o desenvolvimento de armas nucleares.
A carta de Trump foi entregue por Anwar Gargash, conselheiro diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos. Trump, por sua vez, reafirmou sua posição de que não se pode permitir que o Irã obtenha armas nucleares. O presidente dos EUA também mencionou que, caso o Irã se recusasse a negociar, a ação militar seria uma opção “terrível” para o país.
Desde sua posse em janeiro de 2025, Trump tem demonstrado uma postura favorável ao diálogo com o Irã, mas sem abrir mão das sanções, especialmente no setor do petróleo. Além disso, sua política de “pressão máxima” continua a enfraquecer a economia iraniana e reduzir sua influência no cenário internacional. O governo de Trump tem sido crítico ao acordo nuclear de 2015, conhecido como JCPOA, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em 2018.
De acordo com um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã aumentou suas reservas de urânio enriquecido a 60%, um nível que se aproxima dos 90% necessários para a fabricação de armas nucleares. No entanto, Teerã continua a afirmar que seu programa nuclear tem fins pacíficos, como a geração de energia.
*Com informações da RFI.
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