Presidente da Câmara dos Deputados afirma que decisão sobre PL da Anistia cabe ao colégio de líderes

Hugo Motta defendeu que votações no plenário da Câmara devem ser decididas coletivamente.
Hugo Motta defendeu que votações no plenário da Câmara devem ser decididas coletivamente.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a definição da pauta do plenário é uma atribuição do colégio de líderes partidários. A declaração ocorreu após o protocolo de um pedido de urgência para o Projeto de Lei da Anistia, que propõe a anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Segundo Motta, “democracia é discutir com o colégio de líderes as pautas que devem avançar”. O parlamentar defendeu que nenhuma decisão deve ser tomada de forma unilateral e destacou a necessidade de ponderar os riscos institucionais de cada proposta em tramitação.

O pedido de urgência para o projeto foi apresentado na segunda-feira (14/04/2025) pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do Partido Liberal (PL). O requerimento teve 264 assinaturas, ultrapassando o mínimo exigido de 257 deputados, conforme o regimento interno da Câmara. A maioria das assinaturas partiu de parlamentares da base governista.

O projeto em questão, relatado por Rodrigo Valadares (União-SE) e apresentado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) em 2023, prevê anistia a todos os que tenham participado de manifestações no território nacional entre 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor da lei, sob condições especificadas no texto. Caso o pedido de urgência seja aprovado, a proposta poderá ser votada diretamente em plenário, sem passar por comissões.

Deputados contrários à proposta criticaram a iniciativa e alertaram para os efeitos da medida sobre a credibilidade institucional. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), declarou que o requerimento não garante a inclusão do projeto na pauta. Segundo ele, a proposta visa, prioritariamente, a anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seis generais acusados de liderar o plano golpista, conforme apontado pela Polícia Federal.

Guimarães também afirmou que o PL não trata de dosimetria de penas, como sustentam os defensores da proposta, e alertou que a Câmara não deve ser instrumento de impunidade para crimes contra a ordem democrática. Deputados da oposição ao PL destacaram ainda que há mais de 2,2 mil projetos com pedido de urgência em tramitação e que não há justificativa para priorizar a matéria.

Questionado sobre a fala de Motta, Sóstenes Cavalcante declarou que “política é feita olho no olho” e que não comenta publicações em redes sociais. Ainda na segunda-feira, o parlamentar havia cobrado posicionamento do presidente da Casa, afirmando que ele deve respeito aos deputados e compromisso com a independência do Legislativo.

A proposta gerou tensões entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda julga os envolvidos na tentativa de golpe de Estado. A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal aponta que o plano previa a anulação das eleições presidenciais de 2022 e incluía menções a possíveis atentados contra autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

*Com informações da Agência Brasil.


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