Feira de Santana entre 1920 e 1970: Crescimento urbano e consolidação regional

Cidade ampliou serviços e infraestrutura com a articulação de agentes locais e estaduais ao longo de cinco décadas.
Cidade ampliou serviços e infraestrutura com a articulação de agentes locais e estaduais ao longo de cinco décadas.

O desenvolvimento de Feira de Santana entre os anos de 1920 e 1970 envolveu diferentes fatores históricos, sociais e econômicos. A cidade, originalmente vinculada a atividades de comércio e circulação de gado, manteve um ritmo constante de crescimento urbano e regional, incorporando equipamentos públicos e estruturando sua malha urbana a partir de investimentos diversos, incluindo ações de governos estaduais.

A partir da década de 1920, com a gestão de Francisco Marques de Gomes Calmon (1924–1928), foi iniciada a construção da rodovia Salvador–Feira de Santana. Essa ligação consolidaria o papel logístico da cidade na articulação entre capital e interior. Na década de 1930, durante o período de Juracy Magalhães (1931–1937), a Escola Normal foi transformada em Escola Rural, em uma tentativa de readequação do ensino à realidade da região.

A gestão de Landulfo Alves (1938–1942) coincidiu com a instalação de empreendimentos voltados à agropecuária e à agricultura, como o Aviário Modelo, a Usina de Algodão e os depósitos de sisal, além da Fazenda Experimental Cruzeiro do Mocó, que se tornaria conhecida nacionalmente pela criação de animais. Esses equipamentos colaboraram com o adensamento de atividades econômicas já em expansão na região.

No período pós-Estado Novo, com João Vicente Bulcão Viana (1945–1946), foi criado o Segundo Juizado da Comarca, ampliando a estrutura judiciária. Governos posteriores, como os de Otávio Mangabeira (1947–1951) e Luís Régis Pacheco (1951–1955), estiveram associados à melhoria de acessos viários, como a pavimentação da rodovia Salvador–Feira, hoje BR-324.

Durante a década de 1950, a cidade recebeu unidades dos Matadouros Frigoríficos do Estado da Bahia (MAFRISA) e da Companhia de Armazéns e Silos do Estado da Bahia (CASEB), que se somaram à infraestrutura local de armazenamento e processamento. No período de 1959 a 1961, o Instituto de Educação Gastão Guimarães foi instituído, e novas escolas foram instaladas, como o Grupo Escolar Alto do Cruzeiro.

A década seguinte marcou a instalação de novos serviços urbanos. Entre 1963 e 1967, Feira de Santana recebeu o Museu Regional, a Estação Rodoviária, o Hospital Colônia e o Fórum da Justiça. Também foi implantada a pavimentação da rodovia Feira–Juazeiro e o sistema de comunicação por micro-ondas conectando a cidade à capital. Esses equipamentos ampliaram o acesso a bens públicos e reforçaram a integração regional.

Com Luiz Viana Filho (1967–1971), foram instituídas a Faculdade de Educação e o Centro Integrado de Educação, vinculando a cidade à formação de professores e ao ensino superior. O sistema de abastecimento de água do rio Paraguaçu foi implantado, e projetos habitacionais contemplaram mais de 600 unidades construídas e 1.060 aprovadas, com foco na demanda urbana crescente.

A atuação pública acompanhou, de forma complementar, o dinamismo econômico e social da cidade, cuja população e complexidade aumentavam de forma consistente. O período analisado demonstra uma confluência entre crescimento espontâneo, articulação institucional e pressões sociais, que resultaram na formação de um centro urbano de abrangência regional.


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