A delegação da Bahia apresentou, entre os dias 8 e 12 de setembro de 2025, no 26º Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob), experiências em gestão da água, inovação tecnológica e mediação de conflitos em bacias hidrográficas. Representantes dos 14 Comitês baianos participaram de cinco painéis temáticos, reunindo gestores públicos, pesquisadores, técnicos e membros da sociedade civil de diversas regiões do país.
Painéis e debates
No painel “Gestão da Água: Conexões que Fortalecem”, na manhã de quarta-feira (10/09/2025), Enéas Porto, secretário do CBH Grande, apresentou experiências da agricultura irrigada no oeste da Bahia, destacando a necessidade de integrar práticas produtivas a estratégias de conservação hídrica. Ele ressaltou que o monitoramento e uso eficiente da água são essenciais para a segurança hídrica frente à crise climática.
O painel “Usos Não Consuntivos da Água” abordou a função ecológica dos corpos hídricos e os impactos do lazer e da pesca na sustentabilidade. A mediação foi realizada por Walter Guerra (INEMA) e a apresentação por Ricardo Jucá (CBH Rio das Contas), ambos representantes da Bahia.
Mediação de conflitos
No painel “Água em Disputa: Mediação de Conflitos, Pactuação e Governança Hídrica”, Larissa Cayres apresentou casos de mediação em bacias como São Francisco, Corrente e Paso, defendendo atuação preventiva com regras claras e pactuação entre setores usuários. Segundo ela, os comitês devem planejar o uso da água com base na escuta dos territórios, prevenindo tensões e garantindo governança eficaz.
Tecnologia na gestão hídrica
Marcos Bernardes, coordenador adjunto do Fórum Baiano de Comitês de Bacias Hidrográficas, apresentou a aplicação de monitoramento hídrico via Internet das Coisas (IoT). A tecnologia permite reduzir custos, ampliar o controle da qualidade da água e fortalecer a participação comunitária nos processos de gestão.
Participação e articulação
Além dos painéis, os representantes da Bahia participaram da Feira das Águas, jornadas de capacitação e encontros técnicos com órgãos do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). A presença no Encob 2025 fortaleceu a articulação entre comitês de diferentes regiões do país e apontou caminhos para ampliar a governança da água em tempos de incerteza climática.
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