O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy iniciará sua pena de prisão em regime fechado a partir de 21 de outubro, na penitenciária de La Santé, em Paris, conforme informações obtidas pela AFP nesta segunda-feira (13/10/2025) junto a fontes próximas ao caso. A decisão segue mandado de prisão com efeito diferido e execução provisória, emitido após sua condenação por associação criminosa relacionada ao financiamento da campanha presidencial de 2007 com recursos da Líbia.
Condenação e detalhes do processo
Em 25/09/2025, o tribunal correcional de Paris declarou Sarkozy culpado por ter permitido que colaboradores buscassem apoio financeiro junto à Líbia de Muammar Kadhafi, determinando cinco anos de prisão, sendo três em regime fechado. Apesar do recurso apresentado pelo ex-líder, o tribunal justificou a prisão com base na “gravidade excepcional dos fatos” cometidos por um político que ocupou a mais alta função do país.
Sarkozy compareceu ao tribunal judicial de Paris no dia 13/10/2025 em carro com vidros escurecidos, chegando às 13h45 (8h45 em Brasília) e saindo sem declarações às 14h30 (9h30 GMT). O ex-presidente é o primeiro chefe de Estado da União Europeia a cumprir pena em prisão.
Preparativos para a prisão e liberdade provisória
Na região parisiense, apenas La Santé e Fleury-Mérogis possuem alas chamadas de “vulneráveis”, capazes de garantir a segurança de Sarkozy. Antes do início da pena, o ex-líder francês organizou um “brinde de despedida” com cerca de cem ex-colaboradores, incluindo Emmanuel Moulin, atual secretário-geral do Palácio do Eliseu, segundo o jornal Le Figaro.
Após a entrada na prisão, a defesa poderá solicitar liberdade provisória junto à Corte de Apelação, que terá até dois meses para decidir. Em caso de negativa, novos pedidos poderão ser apresentados. Pesquisas recentes indicam que 61% dos franceses consideram justa a prisão antes do julgamento do recurso, enquanto 38% julgam a medida injusta.
Outros processos envolvendo Sarkozy
O ex-presidente também enfrenta outros processos judiciais, incluindo o caso das “escutas”, pelo qual utilizou tornozeleira eletrônica entre fevereiro e maio de 2025. Ele é acusado de tentar corromper um magistrado para obter informações sobre investigações que o envolviam. O recurso está atualmente sob análise da Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH).
No processo da Líbia, embora o tribunal não tenha comprovado que os recursos líbios chegaram diretamente às contas da campanha, o direito francês considera que a preparação do ato caracteriza associação criminosa, independentemente do resultado final.
*Com informações da RFI.
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