O Brasil anunciou nesta terça-feira (21/10/2025), durante a primeira Conferência Anual Plastic Reboot, em Salvador (BA), o lançamento de um projeto nacional voltado à redução do uso e descarte de plásticos descartáveis no setor de alimentos e bebidas. A ação integra o programa global Plastic Reboot, que busca promover soluções circulares e combater a poluição plástica em escala mundial.
Iniciativa global e metas de redução
O programa Plastic Reboot, lançado em abril de 2025, em Washington, D.C., prevê investimentos de mais de US$ 100 milhões para reduzir a poluição plástica em diversos países. No Brasil, o projeto será implementado em cinco regiões — Baixada Santista (SP), Belém (PA), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA) — com foco na criação de projetos-piloto para circularidade e gestão sustentável de resíduos.
Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 9% dos plásticos produzidos mundialmente são reciclados. O setor de alimentos e bebidas responde por 40% do consumo global de plásticos, sendo um dos principais responsáveis pela geração de resíduos, especialmente em áreas turísticas.
Cooperação internacional e apoio técnico
O evento que marcou o lançamento contou com a presença de representantes de 15 países da África, Ásia e América Latina, além de organizações internacionais como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
O diretor-presidente do GEF, Carlos Manuel Rodríguez, destacou o papel do Brasil na implementação de políticas de ciclo de vida completo para os plásticos. “O país demonstra o potencial de uma abordagem integrada, servindo como referência para outras nações que buscam soluções sustentáveis para o setor”, afirmou.
Foco em inovação e economia circular
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ressaltou o compromisso do governo com a inovação e a sustentabilidade. Segundo ela, o projeto será conduzido pela Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos (SEPPE), com o objetivo de fortalecer ecossistemas de inovação e desenvolver políticas públicas baseadas em economia circular.
O programa também pretende criar ambientes regulatórios e políticas-piloto junto a hotéis, restaurantes e buffets, testando soluções para substituição de plásticos de uso único e incentivo à reutilização. A expectativa é que o modelo desenvolvido no Brasil sirva de referência para outras economias emergentes.
Resultados esperados e impacto econômico
De acordo com estudos internacionais, a adoção de estratégias baseadas no ciclo de vida completo dos plásticos pode gerar economia de até US$ 70 bilhões em custos de gestão de resíduos e US$ 4,5 trilhões em benefícios sociais e ambientais até 2040.
A diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, afirmou que o Plastic Reboot representa “um avanço concreto na criação de políticas eficazes e inovação tecnológica que permitam repensar o design, a produção e o consumo de produtos plásticos”.
Perspectivas e próximos passos
Além do Brasil, o programa global Plastic Reboot inclui 14 países participantes, entre eles Índia, África do Sul, Peru, Nigéria, Costa Rica e Filipinas. Todos compartilham o objetivo de reduzir a poluição plástica na origem, aprimorar práticas de reciclagem, desenvolver embalagens reutilizáveis e fortalecer mecanismos de responsabilidade estendida do produtor (EPR).
Os representantes participantes encerraram a conferência destacando a importância da cooperação científica e tecnológica internacional para acelerar a transição para uma economia de plástico circular, reduzindo os impactos ambientais e promovendo o desenvolvimento sustentável.
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