O Brasil vai investir R$ 210 milhões em quatro projetos de descarbonização e digitalização da cadeia automotiva, anunciados nesta segunda-feira (08/12/2025). A iniciativa será financiada pelo Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e por empresas do setor, com execução ao longo dos próximos três anos. Os recursos serão aplicados no desenvolvimento de tecnologias como motores a etanol de alta eficiência, aço de baixa pegada de carbono, sensores radar automotivos e soluções com grafeno.
Os projetos foram selecionados pela chamada “Projetos Estruturantes”, conduzida pela Embrapii e pelo SENAI, responsáveis pela captação dos investimentos. Cerca de 85,5% dos recursos são aportes não reembolsáveis do Mover, vinculado à Nova Indústria Brasil (NIB), enquanto 14,5% correspondem à contrapartida das empresas. A iniciativa reúne montadoras, siderúrgicas, startups e instituições de ciência e tecnologia.
Segundo o SENAI, os projetos podem ampliar a autonomia tecnológica nacional, especialmente em áreas hoje dependentes de produtos fabricados majoritariamente no exterior. O órgão afirma que as soluções devem favorecer a criação de novas competências industriais e reduzir custos operacionais ao longo da cadeia automotiva.
Autossuficiência e impacto tecnológico
A gerente de Operações de Inovação e Tecnologia do SENAI, Patricia Garcia Martins, afirmou que a aprovação das propostas representa um avanço na busca pela autossuficiência tecnológica. Ela destacou que cerca de 90% das tecnologias digitais usadas pela cadeia automotiva são importadas e que a nacionalização pode fortalecer fornecedores e reduzir prazos logísticos.
Martins explicou que, ao final dos três anos de execução, os projetos poderão ser incorporados por montadoras ou originar novos empreendimentos industriais. A nacionalização deve ampliar oportunidades de negócios, fomentar empregos e impulsionar o desenvolvimento de componentes fabricados no país.
A gerente também destacou que a produção local diminui custos e incentiva competitividade. Em especial, o projeto de motor a etanol pode elevar a eficiência energética, favorecendo o uso de um combustível amplamente disponível no Brasil e com potencial de reduzir emissões.
Competitividade e impacto econômico
De acordo com o SENAI, as novas tecnologias devem contribuir para a redução de custos de produção, otimização de processos e diminuição do consumo de combustíveis. As iniciativas também fortalecem os três pilares ambientais, econômicos e sociais, ao promover menor pegada de carbono, geração de empregos e desenvolvimento de veículos mais limpos e seguros.
A aplicação das tecnologias pode atrair investimentos para o setor e impulsionar a posição do Brasil no mercado internacional de inovação automotiva. O uso de etanol, do grafeno e do aço de baixa emissão reforça a estratégia nacional de modernização da indústria.
Projetos aprovados
1. Motor a etanol de alta eficiência
O projeto desenvolve motores a etanol de alta eficiência, combinando alta taxa de compressão, combustão ultra-pobre, ignição distribuída e otimização de componentes estruturais. O investimento total é de R$ 48,8 milhões.
2. Aço de baixa pegada de carbono
O objetivo é reduzir emissões de CO₂ no processo siderúrgico por meio do uso de hidrogênio como redutor e matérias-primas renováveis, com testes em plantas piloto inéditas no Hemisfério Sul. O valor é de R$ 76,8 milhões.
3. Radar automotivo nacional para ADAS
A proposta cria uma solução nacional de radar automotivo de médio e longo alcance, com planta piloto e arquitetura aberta para futuras integrações. O investimento é de R$ 41,9 milhões.
4. Hub do Grafeno
O hub vai desenvolver nanocompósitos com grafeno aplicados a peças automotivas, com infraestrutura piloto, rotas nacionais de produção e validação industrial. O valor destinado é de R$ 42,2 milhões.
Evolução da cadeia automotiva
O conjunto dos quatro projetos marca um avanço na estratégia de modernização da indústria brasileira. A combinação de investimentos públicos e privados busca consolidar o país como produtor de tecnologias limpas, digitais e alinhadas às metas globais de sustentabilidade.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




