Em dezembro de 2009, emprego na Indústria recua 0,6%, aponta pesquisa do IBGE

Em dezembro de 2009, emprego na Indústria recua 0,6%, aponta pesquisa do IBGE.
Em dezembro de 2009, emprego na Indústria recua 0,6%, aponta pesquisa do IBGE.

Em dezembro de 2009, o setor industrial reduziu em 0,6% o número de pessoas ocupadas frente a novembro (série com ajuste sazonal), após acumular 2,8% de expansão entre julho e novembro de 2010. No entanto, o resultado de dezembro não alterou a trajetória ascendente do emprego, segundo o índice de média móvel trimestral, que cresceu 0,4% entre novembro e dezembro, mantendo sequência de cinco taxas positivas. Os sinais de recuperação ao longo de 2009 também ficam evidenciados na observação dos indicadores trimestrais: no 4º trimestre de 2009 o emprego avançou 1,6% sobre o trimestre imediatamente anterior, acelerando o ritmo de crescimento frente ao resultado do 3º trimestre (0,3%). Nas comparações com iguais períodos de 2008, os índices do pessoal ocupado são negativos: -2,7% em relação a dezembro de 2008, -4,2% no último trimestre e -5,3% no acumulado do ano, maior queda no ano desde o início da série histórica em 2002.

No confronto dezembro 09/dezembro 08, a redução no número de trabalhadores alcançou onze das quatorze áreas investigadas. Os principais impactos negativos na média global (-2,7%) vieram das indústrias da região Sudeste (-3,1%), especialmente, de São Paulo (-2,1%), influenciado por meios de transporte (-12,3%) e produtos de metal (-10,3%), e de Minas Gerais (-6,7%), por conta de vestuário (-28,6%) e de metalurgia básica (-13,2%). Vale citar, também, os desempenhos negativos da região Norte e Centro-Oeste (-4,2%), Rio Grande do Sul (-3,2%) e Paraná (-3,5%). Nessas áreas, sobressaíram as perdas observadas em madeira (-24,5%), no primeiro local, calçados e couro (-6,8%) na indústria gaúcha, e madeira (-13,1%) e outros produtos da indústria da transformação (-16,5%), no Paraná. Os únicos locais que ampliaram o contingente de trabalhadores nesta comparação foram a região Nordeste (0,4%), Ceará (4,0%) e Bahia (1,6%).

No total do país, ainda nesse tipo de comparação, o número de demissões superou o de admissões em onze dos dezoito setores pesquisados, com meios de transporte (-8,4%) apresentando a queda de maior impacto no cômputo geral. Entre os setores que apontaram taxas positivas, papel e gráfica destaca-se, com expansão de 8,5%.

Pela evolução dos índices trimestrais verifica-se uma redução no ritmo de queda do emprego industrial entre os dois últimos trimestres de 2009 (de -6,7% para -4,2%). Este movimento de recuperação está presente em dezessete setores, com destaque para calçados e couro, que passa de -10,2% no terceiro trimestre para -2,2% no quarto. Regionalmente, a redução no ritmo de queda entre esses dois períodos alcançou todas as áreas investigadas, com destaque para região Norte e Centro-Oeste, que passou de -10,4% no terceiro trimestre para -6,5% no quarto, e do Rio Grande do Sul (de -8,8% para -4,9%). Vale mencionar o desempenho do emprego industrial do Ceará, que foi o único local com resultado positivo no último trimestre de 2009 (2,8%), revertendo três trimestres consecutivos de perda.

O fechamento de 2009 do índice do Emprego na Indústria mostrou uma redução de 5,3% no número de pessoas ocupadas da indústria brasileira, maior queda desde o início da série histórica em 2002. Apenas a indústria de papel e gráfica (7,2%) mostrou, em nível setorial, ganho no contingente de trabalhadores em 2009 frente a igual período do ano anterior. Entre os que assinalaram recuo, as perdas de maior impacto no resultado global vieram de meios de transporte (-9,8%), máquinas e equipamentos (-8,6%), vestuário (-7,9%), produtos de metal(-9,1%) e madeira (-16,8%).

Em nível regional, ainda nesse tipo de comparação, a redução no número de trabalhadores em 2009 também foi generalizada, atingindo todos os locais pesquisados. O fechamento de vagas foi mais intenso em São Paulo (-4,0%) e em Minas Gerais (-8,5%). Na indústria paulista, houve taxas negativas em quatorze setores, com destaque para os recuos em meios de transporte (-11,7%) e produtos de metal (-11,6%). Em Minas Gerais, a redução no número de pessoal ocupado atingiu dezesseis setores, ficando as reduções de maior impacto com vestuário (-20,3%) e têxtil (-19,4%).

Em síntese, o emprego industrial recua 0,6% entre novembro e dezembro, na série com ajuste sazonal, mas não altera a trajetória ascendente do índice de média móvel trimestral nos últimos cinco meses. Ao longo de 2009, acompanhando o dinamismo observado na produção industrial, que sustenta crescimento pelo terceiro trimestre consecutivo, também observam-se sinais de recuperação no emprego e no número de horas pagas, que aceleram no 4º trimestre (respectivamente 1,6% e 2,0%) o ritmo de crescimento frente ao resultado do 3º trimestre (0,3% e 0,5%). Embora no confronto com igual mês do ano anterior e na comparação com igual trimestre do ano anterior os índices do emprego e do número de horas sejam negativos, há clara redução no ritmo de queda. Ainda assim, o emprego industrial (-5,3%) e o número de horas pagas (-5,6%) encerraram 2009 apontando as maiores quedas da série histórica, reflexo, em grande parte, da redução da produção ocorrida no final de 2008.

NÚMERO DE HORAS PAGAS

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em dezembro, manteve-se praticamente estável (-0,1%), no confronto com o mês imediatamente anterior, na série livre dos efeitos sazonais, após seis expansões consecutivas, acumulando crescimento de 3,3% de junho a dezembro. O índice de média móvel trimestral apresentou avanço de 0,5% entre novembro e dezembro, confirmando, mais uma vez, a manutenção do movimento de melhora na jornada de trabalho da indústria nacional. Ainda na série com ajuste sazonal, no confronto com o trimestre imediatamente anterior, o quarto trimestre de 2009 mostrou expansão de 2,0%, após avançar 0,5% no período anterior.

No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas recuou 1,8% em dezembro, queda menos intensa desde dezembro de 2008. Com isso, o indicador acumulado em 2009 ficou em -5,6%, reduzindo a perda frente aos meses anteriores. Na análise trimestral, o último trimestre do ano apontou recuo de 3,7% frente a igual período do ano anterior.

Na comparação com dezembro de 2008, o número de horas pagas assinalou decréscimo de 1,8%, com redução em doze dos quatorze locais e doze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, as principais contribuições negativas vieram de madeira (-15,7%), produtos de metal (-6,5%) e máquinas e equipamentos (-4,4%). Em sentido contrário, papel e gráfica (8,4%), alimentos e bebidas (0,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (4,3%) exerceram as pressões positivas mais importantes.

Ainda no indicador mensal, os locais que assinalaram os maiores impactos negativos no resultado nacional foram Minas Gerais (-4,5%), região Norte e Centro-Oeste (-3,8%) e São Paulo (-0,7%). No primeiro, treze segmentos reduziram o número de horas pagas, com destaque para vestuário (-26,7%) e metalurgia básica (-12,2%). Na indústria da região Norte e Centro-Oeste, madeira (-26,5%) e máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-13,0%) exerceram as influências negativas mais relevantes, enquanto em São Paulo, meios de transporte (-8,4%) e produtos de metal (-9,7%) apontaram as maiores pressões negativas.

Na análise trimestral, com a variação de -3,7% no período outubro-dezembro, o número de horas pagas completa sequência de cinco trimestres consecutivos de taxas negativas. Entre o terceiro (-7,0%) e o quarto (-3,7%) trimestres de 2009, ambas comparações contra igual trimestre do ano anterior, todos os quatorze locais e todas as dezoito atividades apontaram redução no ritmo de queda, acompanhando o avanço observado na produção industrial entre esses dois períodos. Entre os setores, os maiores ganhos vieram de meios de transporte, que passou de -13,8%, no terceiro trimestre, para -7,3% no trimestre seguinte, calçados e couro (de -10,8% para -3,3%) e máquinas e equipamentos (de -14,2% para -9,0%). Entre os locais, os destaques foram Pernambuco (de -6,3% para -1,0%) e região Norte e Centro-Oeste (de -12,0% para -7,2%).

O indicador acumulado no ano de 2009 teve queda de 5,6% no número de horas pagas, maior recuo desde o início da série histórica (2002), com perfil generalizado de queda que atingiu treze locais e quinze segmentos. Entre os locais, as principais perdas vieram de São Paulo (-4,1%), Minas Gerais (-8,0%) e região Norte e Centro-Oeste (-9,6%), enquanto no corte setorial, as contribuições mais relevantes foram observadas em máquinas e equipamentos (-10,6%), meios de transporte (-10,5%) e vestuário (-7,7%). Por outro lado, Ceará, ao ficar estável frente ao ano de 2008 (0,0%), foi o único local que não mostrou queda no número de horas pagas, enquanto papel e gráfica (6,7%), refino de petróleo (2,1%) e minerais não-metálicos (0,1%) assinalaram os três resultados positivos nesse tipo de comparação.

FOLHA DE PAGAMENTO REAL

Em dezembro, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria recuou 3,7% em relação ao mês imediatamente anterior (na série com ajuste sazonal), após ter apresentado queda de 0,4% em novembro. Com estes resultados, o indicador de média móvel trimestral decresceu 1,2%, revertendo três meses de resultados positivos, que acumularam ganho de 1,6%. Em termos trimestrais, a folha de pagamento real ficou estável (0,0%), no confronto com o terceiro trimestre de 2009, após quatro trimestres negativos seguidos nesta comparação.

Nos confrontos com iguais períodos do ano anterior, os resultados continuam negativos:-5,0% no indicador mensal e –2,8% no acumulado no ano. O indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -1,9, em novembro, para –2,8%, em dezembro, continua em trajetória descendente desde setembro de 2008 (6,7%).

Em dezembro, o valor da folha de pagamento real recuou 5,0% em relação a dezembro de 2008, com taxas negativas em nove dos quatorze locais pesquisados. A principal contribuição negativa veio de São Paulo (-8,1%), por conta da queda na folha de pagamento real em meios de transporte (-12,2%), produtos químicos (-21,6%) e produtos de metal (-15,0%). Em seguida, vale citar Minas Gerais (-9,7%), em função de metalurgia básica (-19,2%), meios de transporte (-19,3%) e indústria extrativa (-21,2%); e Rio Grande do Sul (-12,5%), em razão de meios de transporte (-12,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-25,4%) e minerais não-metálicos (-23,7%). Em sentido oposto, os maiores impactos positivos foram assinalados na Bahia (4,4%) e no Ceará (8,1%), devido, respectivamente, ao aumento nos salários em meios de transporte (45,1%) e calçados e artigos de couro (28,0%).

Setorialmente, ainda no indicador mensal, a folha de pagamento real mostrou retração em dez dos dezoito setores industriais. As maiores contribuições negativas vieram de meios de transporte (-10,7%), produtos químicos (-14,7%) e metalurgia básica (-13,0%) e produtos de metal (-10,0%). Por outro lado, os maiores impactos positivos foram observados em papel e gráfica (5,6%), alimentos e bebidas (1,2%) e outros produtos da indústria da transformação (5,2%).

Na análise trimestral, verificam-se taxas negativas há quatro trimestres consecutivos, embora a folha de pagamento real tenha apresentado queda menos intensa na passagem do terceiro trimestre (-5,0%) para o quarto trimestre (-3,8%).

O indicador acumulado no ano registrou queda de 2,8%, com taxas negativas em dez locais. As principais contribuições negativas foram assinaladas por São Paulo (-3,1%), Minas Gerais (-6,1%) e Rio Grande do Sul (-6,9%). Nestes locais, as maiores pressões negativas foram, respectivamente, meios de transporte (-6,6%) e produtos químicos (-6,7%); metalurgia básica (-16,4%) e meios de transporte (-9,9%); meios de transporte (-15,9%) e calçados e artigos de couro (-9,3%).

Em termos setoriais, doze atividades reduziram o valor da massa salarial, sendo que meios de transporte (-6,3%), metalurgia básica (-11,7%) e máquinas e equipamentos (-5,3%) exerceram as principais influências negativas. Em sentido oposto, os maiores aumentos salariais vieram de papel e gráfica (13,0%) e indústria extrativa (8,6%).

Saiba +

Indicador conjuntural


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.