
“Odoiá!” É com essa saudação que os admiradores da “rainha do mar” reverenciam a orixá durante as homenagens, nesta segunda-feira (02/02/2015), na tradicional entrega do presente a Iemanjá, na Festa do Rio Vermelho, em Salvador.Realizada desde 1923, o festejo costuma reunir milhares de turistas e baianos e é considerado um dos mais bonitos e concorridos do calendário de festas populares da Bahia. Com roupas e adereços azuis e brancos, as cores de Iemanjá, o público enfeita as ruas do Rio Vermelho dando um tom especial as belezas naturais de um dos bairros mais boêmios da capital baiana.
Fé, agradecimento, pedidos e promessas, muitos são os motivos que levam os devotos para a festa de Iemanjá. E nem o sol forte que predomina na capital baiana espantou o público das homenagens a orixá. Aos 80 anos, a soteropolitana Edna Teixeira contou que desde criança costuma apreciar a entrega do presente no Rio Vermelho e mostrou que a idade não é impedimento. “Sempre venho porque gosto de ver esta movimentação, muita gente alegre e animada. Já dei uma olhada, fiz a minha parte e agora volto para casa”.
De acordo com o major, André Ricardo, da 12° Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Rio Vermelho), a expectativa é de que 200 mil pessoas circulem pelo bairro durante todo o dia. Participando pela primeira vez da festa, a gaúcha Noedi Muller, 63 anos, se mostrou bastante comovida com a manifestação popular. “Eu já tinha ouvido falar, mas ver esta devoção de perto é muito lindo. Já entreguei meus presentes e agora estou aqui, admirando a movimentação do povo”. Para Hozana Amorim, paraense, que já conhece a festa, a homenagem a orixá reflete bem a cultura de Salvador.
Flores, espelhos, perfumes, joias, pentes, são alguns dos presentes oferecidos pelos devotos. Uns preferem deixar os agrados pessoalmente nas águas do mar, outros fazem questão de pegar a fila para colocar os presentes nos balaios que são levados pelos pescadores para longe da costa. A austríaca, Carina Qappeloayr, 38 anos, pela primeira vez na Bahia, resolveu encarar a extensa fila para deixar sua oferenda. “Mesmo com esse sol forte, estou adorando e achando tudo muito lindo.”
Programação – Os presentes são recebidos até às 15h30 e, por volta de 16h, os pescadores realizam a procissão marítima, que é o ponto alto da festa. Cerca de 700 balaios são transportados em quase 300 embarcações para serem colocados em alto mar. Quando o presente volta para a praia, diz a tradição que Iemanjá rejeitou a oferenda. Mas normalmente, ela aceita todos os agrados. Os presentes são depositados a quatro milhas da costa (cerca de seis quilômetros), no ponto chamado Buraquinho de Iaiá.
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