SEAGRI Bahia e produtores buscam soluções para a crise que afeta a cultura do mamão

“Vivemos um período de dificuldades com o mamão e este é o momento de estarmos unidos para buscarmos as soluções”, afirmou na noite desta segunda-feira, (31/10/2011), em Porto Seguro, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao abrir, representando o governador Jaques Wagner, o “Papaya Brasil 2011: V Simpósio do Papaya Brasileiro”. Entre os problemas enfrentados pelos produtores estão o elevado custo de produção e a queda do preço de venda, a questão cambial e os elevados custos para exportação. O secretário assegurou que “assim como apoiamos os produtores de frutas do Vale do São Francisco, buscando com eles a solução para a crise financeira que se abateu sobre o setor desde o final de 2008, o governador Jaques Wagner e a Secretaria da Agricultura estão atentos e vamos caminhar juntos para resolvermos as questões que afetam a cultura do mamão”.

O secretário destacou que, assim como a fruticultura, que está entre as sete cadeias produtivas consideradas prioritárias e inclusas no Programa Vida Melhor, lançada há cerca de três meses pelo governador Jaques Wagner, o mamão possui inserção social muito grande, em função do elevado número de agricultores envolvidos na cultura, e pelo forte impacto na economia. O secretário lembrou ainda que 85% da exportação de mamão do Brasil é para a Europa, que vive momentos de conturbação econômica, fator que pode acarretar mais dificuldades para os produtores baianos. Os problemas do mamão vêm sendo discutidos com cuidado, e já foram tema de duas reuniões, em Medeiros Neto e em Itabela, entre o secretário e os produtores. “A programação deste evento é ampla e estruturante. Esperamos que aqui sejam encontradas alternativas de soluções para o mamão da Bahia”, disse Salles.

A Bahia é o maior produtor de mamão do Brasil, com produção concentrada no Extremo Sul do Estado. Porto Seguro é o município que mais produz mamão no Brasil, com 122.400 toneladas/ano, área plantada de 1.800 ha e produtividade de 68.000 quilos por hectare.

Áreas de produção de mamão do Extremo Sul da Bahia foram recentemente, certificadas pelos sistemas de Produção Integrada de Frutas (protocolo brasileiro) e EurepGap (protocolo europeu), dois dos principais sistemas de certificação. O trabalho foi coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas – BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Simpósio integra elos da cadeia do mamão

O “Papaya Brasil 2011: V Simpósio do Papaya Brasileiro”, é o principal fórum de integração dos agentes da cadeia produtiva do mamão. Até o dia 4 deste mês, pesquisadores, professores, extensionistas, produtores e estudantes estarão reunidos no Náutico Praia Hotel & Convention Center, em Porto Seguro, para trocar experiências e informações científico-tecnológicas, sob o tema “Inovação e sustentabilidade”.

O evento é organizado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), com o apoio e participação da Secretária da Agricultura, através da Adab e EBDA.

A programação do evento inclui sete painéis, abrangendo 27 palestras, sendo três palestrantes internacionais, que vão tratar de melhoramento genético, do mercado internacional e das perspectivas do processamento de mamão em âmbito mundial. “Para isso convidamos Somasundaram Rajarathnam, pesquisador indiano, que nos trará muitas novidades. A Índia é nosso principal competidor em termos de mercado mundial de mamão, e ele vai nos mostrar o cenário da cultura do mamão hoje naquele país e nos apontar os problemas que enfrentam no que diz respeito à exportação”, revelou o presidente da comissão organizadora, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Jorge Loyola. De acordo com ele, “a presença de um importador de mamão como palestrante em nível internacional também merece destaque por abordar aspectos relacionados à chegada dos frutos que exportamos para a Europa e Estados Unidos”.

A expectativa de Loyola é que os principais gargalos da cadeia produtiva sejam elucidados. “São três basicamente os desafios hoje: o pequeno número de variedades utilizadas no sistema de produção; a parte fitossanitária, relacionada ao problema muito sério de doenças fúngicas e viróticas; e as questões de mercado, relacionadas às elevadas exigências do mercado internacional”, afirmou.

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