
Faleceu no dia 30 de setembro de 2017, em Vitória, o Pastor Claude Emmanuel Labrunie.
A partida de Claude em direção à morada definitiva trouxe-me lembranças que registrarei neste texto.
O Bispo Dom Luís Gonzaga Fernandes, com apoio do Arcebispo Dom João Baptista da Mota e Albuquerque, criou a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória. Embora inspirada por Bispos, não se tratava de uma instituição católica. A luta pela Justiça é um compromisso de todos os cristãos. Em razão deste caráter ecumênico da CJP (sua sigla de combate), os Bispos convidaram três ministros evangélicos para integrar o grupo: Pastor Claude Labrunie, Pastor Jaime Wright e Pastor Joaquim Beato.
Nos tempos em que fui companheiro do Pastor Claude Labrunie na CJP, tivemos oportunidade de meditar sobre um preceito que se extrai do livro do Deuteronômio:
“Buscarás a Justiça, unicamente a Justiça, para que possas viver”.
No diálogo mantido com esse teólogo da Igreja Presbiteriana Unida, observamos a força do verbo buscar no contexto. Buscar a Justiça é muito mais que aplaudir a Justiça. Podemos aplaudir a Justiça, numa atitude de passividade, de mera aceitação. Já buscar a Justiça traduz atividade, ação, abandono da zona de conforto, luta.
Buscarás a Justiça e não apenas aplaudirás a Justiça – foi este foi o conselho de Moisés.
A unidade dos cristãos decorre de uma atitude, não é um rito. Comungam unidade fraterna todos aqueles – mulheres e homens – que abominam as exclusões e as discriminações.
O testamento de Jesus pede que lutemos para rasgar todos os rótulos humilhantes que possam ser colocados na fronte das pessoas.
A Constituição diz que todos são iguais perante a lei. O Cristianismo diz muito mais que isto. Não somos apenas iguais perante a lei. Somos iguais no mais profundo do nosso ser, somos iguais na essência existencial.
Um homem descia de Jerusalém em direção a Jericó, mas caiu nas mãos de salteadores que o despiram e espancaram. Passou pelo caminho um sacerdote e nada fez. Passou um levita e fechou os olhos. Finalmente um samaritano teve compaixão, debruçou-se sobre o desconhecido e tratou-lhe as feridas. (Evangelho segundo Lucas, capítulo 10, versículos 30 a 37).
Os tempos de hoje demandam a Profecia. Não afinam com os desafios do presente os discursos frios, impessoais, supostamente neutros, supostamente apolíticos, que agradam a gregos e troianos. São discursos afinados com o sistema opressor.
O Profeta Claude Emmanuel Labrunie teve grande presença e atuação no Espírito Santo, em todo o território brasileiro e no Exterior. Foi membro do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), da Associação Mundial de Igrejas Reformadas (AMIR), da ISAL (Igreja e Sociedade na América Latina e da IPU (Igreja Presbiteriana Unida do Brasil).
*João Baptista Herkenhoff é magistrado aposentado e escritor (E-mail: jbpherkenhoff@gmail.
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