Testemunhas confirmam propina a ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro

O Caso Lava Jato ou Operação Lava Jato teve início em 17 de março de 2014. Inicialmente, foram deflagradas pela Polícia Federal quatro operações simultâneas: Dolce Vita, Bidone, Casablanca e Lava Jato. As três primeiras operações são nomes de filmes clássicos, escolhidos de acordo com o perfil de cada doleiro investigado. A última fazia referência a uma lavanderia e a um posto de combustíveis em Brasília, que eram usados pelas organizações criminosas.
O Caso Lava Jato ou Operação Lava Jato teve início em 17 de março de 2014. Inicialmente, foram deflagradas pela Polícia Federal quatro operações simultâneas: Dolce Vita, Bidone, Casablanca e Lava Jato. As três primeiras operações são nomes de filmes clássicos, escolhidos de acordo com o perfil de cada doleiro investigado. A última fazia referência a uma lavanderia e a um posto de combustíveis em Brasília, que eram usados pelas organizações criminosas.

Testemunhas de acusação ligadas a empreiteiras confirmaram o pagamento de propinas milionárias ao ex-secretário municipal de Obras da gestão passada Alexandre Pinto. Os pagamentos eram, principalmente, referentes à construção de parte do corredor de ônibus Transcarioca e ao sistema de despoluição das lagoas de Jacarepaguá, exigências para os Jogos Olímpicos. Os depoimentos ocorreram nesta quinta-feira (28/06/2018) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pelos casos da Operação Lava Jato no estado.

O funcionário da empreiteira Andrade Gutierrez Cristiano Cavalcanti Vieira, que à época trabalhava no departamento comercial da empresa, disse que, em quatro oportunidades, entregou dinheiro a emissários de Alexandre Pinto. Em três vezes, ele entregou R$ 500 mil, acondicionados dentro de mochilas, totalizando R$ 1,5 milhão, ao então subsecretário de Obras da prefeitura Wagner Castro. Numa outra vez, entregou uma quantia entre R$ 300 mil e R$ 500 mil ao ex-presidente da Comissão de Licitação da Secretária Municipal de Obras Miguel Estima, sempre deixando claro que o dinheiro era entregue a Alexandre Pinto.

Cristiano disse que as ordens eram de Alberto Quintaes, superintendente da Andrade Gutierrez. “Em quatro oportunidades, o Alberto me procurou. Em três, ele pediu para procurar o Wagner Castro e fazer o pagamento referente ao Alexandre Pinto. Isso foi em 2012 e 2013. O quarto foi entregue ao Miguel Estima, no escritório dele, na Tijuca.”

As propinas, segundo Cristiano, foram entregues na casa de Castro, em Camboinhas, Niterói, no escritório da Andrade Gutierrez, em Botafogo, e no estacionamento da Quinta da Boa Vista, parque na zona norte do Rio. Cristiano disse que tudo era anotado em uma planilha, que ele tinha em um pendrive, mas que, segundo ele, foi perdido.

Cristiano informou ao juiz Bretas que, embora não tenha participado de outros pagamentos à Alexandre Pinto, foi informado, à época, que a empresa tinha feito envios de dinheiro ao ex-secretário no exterior, totalizando R$ 3 milhões.

Carioca

Outra empreiteira que pagou propina a Alexandre Pinto foi a Carioca Engenharia, que assinou com a Justiça acordo de leniência. A funcionária da empreiteira Luciana Salles Parente disse que entregou pessoalmente a ele um envelope contendo propina. “Existia pagamento de propina em duas obras da Carioca: a Transcarioca e a Bacia de Jacarepaguá. Eu fiz uma entrega ao Alexandre Pinto, em 2014, em torno de R$ 200 mil, em espécie”, disse Luciana.

O engenheiro da Carioca Marcos Antonio Bonfim também depôs a Bretas e confirmou a entrega de dinheiro a Alexandre Pinto. “Me pediram umas duas ou três vezes para entregar a ele. Era no final da Estrada do Rio Grande, em uma padaria. Ele marcava reunião e, num café da manhã, ia lá. Eu levei três vezes. Me lembro de um envelope de R$ 55 mil, um de R$ 80 mil, e um de cento e poucos mil reais. Era dinheiro em espécie”, disse Bonfim.

A advogada Monique Mourão de Sá Brito, que defende Alexandre Pinto, foi procurada ao final da audiência para se posicionar. Ela disse que vai demonstrar, no curso do processo, a inocência de seu cliente.


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