Ministro da Saúde alemão defende “passaporte de imunidade” à covid-19

Ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn.
Ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn.
Jens Spahn, Ministro Federal da Saúde da Alemanha.
Jens Spahn, Ministro Federal da Saúde da Alemanha.

O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, reforçou que considera necessário adotar um certificado de imunidade ao novo coronavírus. No entanto, o plano foi postergado, por ora, devido à resistência do Partido Social-Democrata (SPD), que integra a coalizão governamental ao lado da União Democrata Cristã (CDU), o partido de Spahn e da chanceler federal Angela Merkel.

“Há críticas compreensíveis, o que mostra que, como sociedade, precisamos de mais tempo para debater essa questão”, disse Spahn em entrevista ao Redaktionsnetzwerk Deutschland (RND), divulgada nesta quinta-feira (14/05/2020). Segundo o ministro, ainda será amplamente discutida a questão de quais restrições devem ser adotadas para quem e quando.

“Outros países já planejam tornar a entrada neles dependente de tal comprovação de imunidade. Isso já existe para outras doenças contagiosas, como a febre amarela. A solução não pode ser que nossos cidadãos não possam mais viajar para países que planejam tais regulamentações”, prosseguiu o ministro alemão.

A ideia é que, por meio de uma “passaporte de imunidade”, pessoas que sobreviveram à covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2, comprovem sua imunidade. Em teoria, o conceito permitiria que aqueles que testaram positivo para os anticorpos contra o coronavírus fossem isentos de restrições em suas atividades e viagens.

No início de maio, Spahn declarou que, por enquanto, não deve haver uma regulamentação nesse sentido. A introdução do “passaporte de imunidade” estava originalmente planejada como parte da nova Lei de Proteção contra Infecções, que o Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) deve aprovar nesta quinta-feira. No entanto, devido à oposição dos social-democratas, o projeto foi temporariamente suspenso.

“Seria totalmente contraproducente recompensar aqueles que foram infectados porque não cumpriram as regras de distanciamento e punir aqueles que cuidam de si e dos outros”, afirmou o secretário-geral do SPD, Lars Klingbeil, ao diário local Neue Osnabrücker Zeitung. Segundo ele, exatamente isso acontecerá “se um cartão de imunidade se tornar um ingresso gratuito para visitas a restaurantes, futebol ou eventos”.

Ainda na entrevista ao RND, Spahn afirmou que pediu um parecer do Conselho de Ética da Alemanha sobre o assunto.

Em meados de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ainda não haver certeza sobre imunidade após o contágio pelo coronavírus. Alguns dias depois, a organização desaconselhou o uso de “passaportes de imunidade” como estratégia para flexibilizar restrições impostas devido à pandemia do coronavírus.

Não há “atualmente, nenhuma prova de que indivíduos recuperados da covid-19 e portadores de anticorpos estejam protegidos de um segundo contágio”, declarou a OMS. Nesta quarta-feira, a organização afirmou que o coronavírus Sars-cov-2 talvez nunca seja erradicado, e as populações do mundo todo terão que aprender a conviver com ele.

*Com informações do DW.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.