O Museu Casa do Sertão, entidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), realiza exposições virtuais por meio de ação participativa com a comunidade externa, com a finalidade de divulgar e estimular a valorização das expressões culturais sertanejas, abordando a diversidade de olhares e práticas da religiosidade popular. Os resultados podem ser conferidos em duas produções expositivas virtuais que abordam, a partir de diferentes óticas, o culto a Santo Antônio.
A primeira exposição, ‘Santo Antônio dos Capuchinhos: registros do Dia dos Romeiros em Feira de Santana – 2019’, apresenta um recorte das festas em louvor a Santo Antônio, promovidas pela Ordem dos Frades Menores na cidade. Os lugares de romaria, por excelência, se constituem em centros de interesse cultural pela diversidade de vivências e costumes que encontram nesses momentos ápices de exteriorização da fé e religiosidade.
Buscou-se captar por meio da sensibilidade artística do registro fotográfico de Hortência Sant’Ana, o dinâmico processo de difusão e valorização cultural, uma releitura virtual, da exposição ‘Antônio, querido! História e religiosidade popular’, realizada em 2019 no Museu Casa do Sertão. Além dos registros fotográficos, a exposição também apresenta a saudosa narrativa do folheteiro e cordelista Jurivaldo Alves; a interpretação do cordel Nossa homenagem aos romeiros, do Frei Urbano Souza, feita pelo cordelista Romildo Alves e o cântico afetivo de Maria Araújo dos Santos, conhecida como Dona Costinha, devota de Santo Antônio há 50 anos.
Intimidade doméstica
A outra mostra, ‘Meu Santo Antônio: registros de uma devoção domiciliar’, foi produzida de forma coletiva e colaborativa com devotos das cidades de Feira de Santana, Conceição do Coité, Salvador, Alagoinhas, Ilha de Itaparica e Niterói-RJ, ressaltando, cada um a seu modo, excepcionalidades na guarda de imagens religiosas, que em muitos casos, acompanham a família por gerações e delineiam práticas devocionais nesses diferentes lares.
A exposição destaca, por meio de fotografias autorais, imagens de Santo Antônio, que conservadas na intimidade doméstica, produzem fruição de memórias e distintas e afetivas narrativas em torno da devoção ao Santo, traçando um breve painel sobre a cultura popular nordestina com suas simbologias e crenças. O dinâmico processo curatorial está pautado na cotidianidade exterior ao museu e teve por desafio a apropriação por parte da comunidade de conceitos e processos do fazer museal como: preservação, documentação e exposição de bens culturais, para assim, compor o presente arranjo comunicativo de partilha de aspectos e práticas patrimoniais com expressividade popular que são conservados no ambiente doméstico.
A exposição museológica é a principal forma de mediação em museus, é através dela que se dá a fruição de narrativas culturais que favorecem o encontro da sociedade com seu patrimônio. Desse modo, Cristiano Cardoso, diretor do Museu, destaca que “a vivência com o atual cenário impõe novos modos de vida, como a necessidade do distanciamento social, levando as instituições museológicas esforços na tarefa de reinventarem-se, sobretudo por meio do engajamento digital e da ampliação de conteúdo online, para assim, dar continuidade ao cumprimento da sua missão”.
As exposições podem ser acessadas no endereço: https://mcs.uefs.br/

Confira vídeo
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