O “Covidão” sergipano | Por Reinaldo Valverde Pereira

Operação Serôdio investiga direcionamento e sobrepreço na contratação de empresa, por R$ 3,2 milhões, para montagem do Hospital de Campanha de Aracaju. Auditores identificaram falhas na execução contratual, possível favorecimento à empresa contratada e indícios de sobrepreço na locação de containers, pois a própria Secretaria Municipal da Saúde realizou locação similar por preço inferior em contratação anterior.
Operação Serôdio investiga direcionamento e sobrepreço na contratação de empresa, por R$ 3,2 milhões, para montagem do Hospital de Campanha de Aracaju. Auditores identificaram falhas na execução contratual, possível favorecimento à empresa contratada e indícios de sobrepreço na locação de containers, pois a própria Secretaria Municipal da Saúde realizou locação similar por preço inferior em contratação anterior.

A corrupção no Brasil infelizmente virou uma prática institucionalizada, e a pandemia imposta pelo Covid-19 potencializou os casos de corrupção por todo o país. Isso ocorreu por que grandes somas de dinheiro passaram a se movimentar nos cofres do governo para socorrer a população no combate ao coronavírus. Na mesma proporção que a epidemia foi se alastrando pelo país em paralelo começou a se multiplicar os casos de desvios de dinheiro destinado ao combate à pandemia e assim a Polícia Federal deflagrou várias operações contra a corrupção envolvendo dinheiro público para a resposta à doença.

Vários estados do Brasil estão sendo investigados na “Operação Covidão” da PF desde estruturas estudais como municipais e com Sergipe não foi diferente tem surgido vários escândalos por vários municípios do Estado. Em 20 de abril deste ano o Ministério Público Federal (MPF) enviou recomendação ao Governo do estado de Sergipe e aos prefeitos dos 75 municípios sergipanos para que sejam tomadas medidas para garantir a transparência dos gastos públicos empreendidos em razão da atual pandemia de Covid-19.

 No último dia 7 de julho de 2020, a Secretaria de Saúde do Estado foi surpreendida pela operação Serôdio da PF em com o apoio da CGU – Controladoria Geral da União. Segundo a PF a SES – Secretaria Estadual de Saúde teria cometido irregularidades na construção de um Hospital de Campanha de Aracajú-Se. A Operação Serôdio, teve como objetivo obter provas para investigação que apura desvio de verbas públicas, associação criminosa, corrupção, fraudes na licitação e na execução do contrato para montagem da estrutura do hospital mencionado acima. Para a execução desta obra a SES recebeu o montante de R$ 3,2 milhões do Governo Federal. Lembrando que até o final de junho o Governo do Estado de Sergipe teria recebido do Fundo Nacional de Saúde R$ 24 milhões para ações de combate ao Covid-19.

No 16 de julho, foi à vez da PF e do MPF bater na porta do Hospital de Campanha de Lagarto a operação investiga suposto superfaturamento na construção do mesmo que contou com a liberação de R$ 4 milhões do MEC – Ministério da Educação, dos quais R$ 2,5 milhões seriam gastos na construção e R$ 1,5 milhões na compra de equipamentos, o referido Hospital fica no estacionamento do Hospital Universitário de Lagarto passou a funcionar em 15 de junho contando com apenas 10 leitos com uma promessa de ampliação para 20 leitos de UTI.

Enquanto isso os números negativos da pandemia só crescem, mas o que importa para alguns é o crescimento de sua conta bancária enriquecendo ilicitamente as custas da miséria do povo.

Veja os números da Pandemia até o dos 26 de julho, dados retirados do site da SES – Secretaria Estadual de Saúde. São 52.264 casos confirmados com 1303 mortes, dentre os mortos 317 são de idosos com idade entre 70 e 79 anos o que representa 24,4%, 299 são idosos com idade acima de 80 anos que representa 23% e 279 mortes de idosos com idade entre 60 e 69 anos que representa 21,3% do total. Resumindo as pessoas acima de 60 anos são as mais vulneráveis e já somam o alarmante número de 895 mortes representando ai 68,7% do total de mortes por Covid-19 no Estado de Sergipe.

*Reinaldo Valverde Pereira (Professor Valverde, professor.valverde.historia@gmail.com), licenciado em História pela FTC – Faculdade de Tecnologias e Ciências da Bahia e Bacharel em Teologia pela FAK – Faculdade Kurios do Ceará. Atuou como professor em escolas da rede privada de Salvador e atualmente é professor da Rede Estadual de Sergipe lecionando no ensino fundamental e médio.


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