Feira de Santana em história: Efemérides de setembro de 1957 | Por Adilson Simas

Centro de Feira de Santana em 1957.
Centro de Feira de Santana em 1957.

Na área empresarial – Foi inaugurado o Posto “Servi Centro Esso” na Praça da República. Além de distribuidor dos produtos da Esso, com a inauguração a cidade também ganhou um aparelhado serviço de lavagem em qualquer tipo de carro.

Um dos proprietários, Martiniano Carneiro discursou destacando que o estabelecimento estava à altura dos foros de civilização e desenvolvimento de Feira de Santana. O Padre Aderbal Miranda benzeu as instalações e a filarmônica da Euterpe Feirense brindou os presentes com trechos musicais.

Na área esportiva

A grande notícia foi o convite da Federação Baiana a Pedrinho Rodrigues, o “homem do cachimbo”, técnico do Fluminense, para dirigir a Seleção Baiana que representaria o Brasil na excursão programada para o Chile. Logo os cronistas da cidade, começaram a sugerir a convocação de jogadores do tricolor e entre eles eram citados Flávio, Raimundinho, Valder e Periperi.

Na área policial

A imprensa divulgou quem foi preso no decorrer dos últimos dias, citando Militão Correia por ter furtado pacotes de café e outros objetos, Arnold Pereira Santos por ter furtado um liquidificador, Manoel Ferreira Silva por crime de defloramento, Antônio Roberto Silva por ter furtado 5 sacos de lona e caixas de gás, Cosme Bento Costa por ter furtado um saco de feijão.

A imprensa também noticiou que Antônio Pereira de Oliveira, por amor, paixão e ciúme, tentou o suicídio ingerindo Formicida e Coca Cola. A ocorrência ganhou a seguinte manchete: “O amor quase o leva a sepultura”.

Na área cultural

A Câmara Municipal, na época funcionando no Paço Municipal, cedeu suas instalações para a concorrida solenidade que marcou a posse da nova diretoria Associação Cultural Filinto Bastos: A diretoria ficou assim constituída: presidente de honra, Benedito Farias; presidente executivo, Humberto Mascarenhas; vice-presidente, José Luiz Navarro; secretários, Agnaldo Marques e Leny Pinto; tesoureiros, Raimundo Almeida e João Assis, secretário de Cultura, Djalma Souza, secretário de arte, Olney São Paulo; secretário de imprensa, Edgar Erudilho; secretário social, José Ferraz, orador, Carlos Pires; bibliotecário, Aurino Bastos; e na assistência social, Armando Almeida, Ely Rosas e Noelia Rosas.

Na área de serviços

A imprensa noticiou que Tereza Batista, figura do cotidiano da cidade que há anos permanecia ao relento, abeirada à porta de um estabelecimento comercial, foi transferida para o Albergue Noturno, naquele imóvel hoje também ocupado pelo escritório do Fluminense.

Conta o jornal que o delegado de polícia incluiu na lista dos presos o nome da velha Tereza para que “lhe seja fornecida quantia idêntica à que recebem os presos pobres para sua alimentação”.

Na área religiosa

Além de fornecer aos leitores os horários das missas, uma nota com o título “Amigo, você sabe? ” Dizia que no Café São Paulo foi colocado um cofre, que se destina a recolher esmolas para a construção da Igreja de Santo Antônio.

Segundo a nota um cofre será levado em desfile até o local onde a igreja estava sendo edificada, saindo da Praça do Comercio (hoje Praça da Bandeira), tendo à frente a Banda de Música da Euterpe Feirense. A nota termina sugerindo que “Quem não puder ir, mande outra pessoa para levar a sua cooperação, pois Santo Antônio dará o dobro da importância que se vai ofertar para a construção da sua escola”.

Na área literária

Assim como os jornais atuais estimulam os meios artísticos e culturais, nos anos 50 a categoria também tinha espaço nos jornais da época. A Gazeta Literária do dia 14 publicou esta poesia do advogado e grande orador Carlos Pires, filho de João Pires da antiga Loja Pires:

Quantos amores tive, francamente, nem sei se sou capaz de descrevê-los. Desde o mais sensual e irreverente, até o mais puro em recatados zelos. Em cada amor um tipo diferente… E amei com o ardor de todos os meus desvêlos, morenas com a noite em olhar ardente, e loiras com luares nos cabelos. Mas, mesmo assim, com todo o meu sucesso, com todas as mulheres, eu confesso, que insatisfeito o meu viver definha. Ó mundo de terrível contra- senso! A única mulher a quem pertenço, jamais na vida poderá ser minha.

*Adilson Simas, jornalista, atua em Feira de Santana.


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