É lamentável que o nosso país pós ditadura militar (1964-1985) esteja quase sempre (graças aos nossos representantes nas casas legislativas e no executivo) mergulhado em escândalos que fragilizam e criam uma descrença em torno da democracia republicana.
Sabemos que os ditadores escondiam a sujeira do regime embaixo do tapete, pois não existia liberdade de expressão e a mídia não podia noticiar nada que contrariasse o governo. Com a chamada “redemocratização”, os partidos, principalmente os de esquerda voltam a se organizar, disputando eleições, criando diretórios, mobilizando a sociedade e mesmo a eleição para presidente não sendo direta, pois a emenda Dante de Oliveira (1984) não foi aprovada no colégio eleitoral, o primeiro presidente civil é “eleito” em 15 de janeiro de 1885.
Tancredo Neves (PMDB) vence a disputa contra Paulo Maluf (PDS) que não era consenso no partido, recebendo 480 votos contra 180 dados a Maluf e 26 abstenções. O Brasil começa a caminhar rumo ao futuro que o grande músico Cazuza já dizia em sua música que “seria duvidoso” e Tancredo eleito não governa.
Sua morte choca a nação, criando uma comoção nacional e o seu vice que tinha saído do partido do seu concorrente (PDS) por divergências (ironia do destino ou não) era o hoje Senador protagonista de mais uma crise política no legislativo, o presidente do congresso José Sarney.
Será que estamos regredindo? O nosso país estacionou? Vivemos o analfabetismo político tão bem colocado no poema de Bertolt Brecht, o que está acontecendo com essa nação?
De Sarney á Lula, passamos por vários escândalos que estremeceram a república. Quem não se lembra das denúncias de compra de votos para a reeleição de FHC em 1997, dos processos duvidosos de privatização das estatais, da pasta rosa em 1995, dos grampos, do mensalão no primeiro mandato do governo Lula (2002-2006), das malas e cuecas cheias de dólares, dos deputados voadores que viajavam para o mundo todo com nosso dinheiro, sem falar no processo que resultou no impeachment do Presidente Fernando Collor em 1992. Agora são os mandos e desmandos e atos secretos do Senador Sarney e seus apadrinhados.
Quê república é essa gente? quê democracia é essa? quê políticos são esses? quê eleitores? quê nação? Ao invés de amadurecermos e criarmos um sistema político que de fato seja democrático e atenda aos interesses da sociedade, o nosso Estado Republicano resume-se aos escândalos e briguinhas de situação e oposição para ver quem se destaca mais nas homéricas reuniões das CPI ’$ que não pune ninguém e tudo fica como dantes no quartel d’Abrantes. “Bora” Brasil, tem copa do mundo em 2010 e em 2014 é aqui.
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