Governo da Bahia condecora capoeiristas como Mestres Artesãos

Durante cerimônia realizada no Centro de Comercialização Artesanato da Bahia, em Salvador, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) entregou a Carteira Nacional de Mestre Artesão aos capoeiristas.
Durante cerimônia realizada no Centro de Comercialização Artesanato da Bahia, em Salvador, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) entregou a Carteira Nacional de Mestre Artesão aos capoeiristas.

A produção artesanal de Mestre Lua Rasta e Mestre Olavo, em décadas de dedicação à capoeira, foi reconhecida pelo Governo da Bahia nesta sexta-feira (28/05/2021). Durante cerimônia realizada no Centro de Comercialização Artesanato da Bahia, em Salvador, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) entregou a Carteira Nacional de Mestre Artesão aos dois capoeiristas, que confeccionam instrumentos musicais, como berimbaus, atabaques, agogôs, pandeiros, xequerês, reco-recos e djun-djun.

Na oportunidade, o titular da Setre, Davidson Magalhães, destacou que a capoeira precisa ser valorizada em suas múltiplas dimensões. “A certificação de um mestre de capoeira como um mestre artesão cria novas oportunidades de geração de emprego e renda. O nosso objetivo é fortalecer esses empreendedores criativos que, a partir de suas diversas atividades, contribuem para o resgate da nossa cultura”, afirmou o secretário.

Para a coordenadora estadual de Fomento ao Artesanato, Ângela Guimarães, a carteira é um “reconhecimento do Estado da Bahia pela grande contribuição que os mestres têm dado não só à capoeira, como símbolo da nossa resistência e ancestralidade, mas também ao artesanato, por meio de várias técnicas utilizadas na confecção de instrumentos”.

Aos 79 anos de idade, 56 dedicados à capoeira, Mestre Olavo agradeceu a homenagem. “É um momento de felicidade por essa conquista. Como capoeirista e artesão fabricante de instrumentos, principalmente berimbau, só tenho a agradecer”.

Já o Mestre Lua Rasta foi representado pela filha Saraí Fernandes no ato de certificação. “É importante que eles sejam homenageados ainda em vida e espero que a gente colha bons frutos, que essa arte incrível seja mais valorizada e visibilizada”, declarou.

Mostra

Parte da produção de Mestre Lua Rasta e Mestre Olavo pode ser conferida na mostra “Artesanato da Capoeira: Ancestralidade e Resistência”, que fica em cartaz até 10 de junho, no Centro de Comercialização do Artesanato da Bahia (Largo do Porto da Barra, 02, Salvador). A exposição estará aberta de segunda a sexta, das 10 às 18 horas, e sábado, das 10 às 16 horas, e todos os produtos estarão disponíveis para comercialização.

Sobre os mestres

Mestre Lua Rasta começou fazendo manutenção em atabaques para apresentações de teatro e se dividia entre o Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, fazendo apresentações de capoeira. Com cerca de 20 anos, quando morava em Genebra, passou a viver da capoeira: fazendo instrumentos, apresentações e dando aulas. Viajou por vários países, conhecendo instrumentos e aprendendo a fazê-los. Especialista na construção de instrumentos percussivos, mantém um ateliê no Centro Histórico, onde compartilha seu conhecimento como artesão, luthier e capoeirista.

Mestre Olavo nasceu na cidade de Muritiba e aprendeu a fabricação de berimbaus com Mestre Waldemar da Paixão, em Salvador, por volta dos anos 1960. Foi Mestre Waldemar que introduziu a corda de aço e a pintura das cabaças, ensinamentos que Olavo incorporou ao seu trabalho, além de incluir inovações, como a pirogravura. É considerado um dos maiores construtores e tocadores de berimbau da atualidade.

Artesanato da capoeira

O Maio do Artesanato da Capoeira é composto por um conjunto de ações que visam fortalecer a produção artesanal deste setor e promover a geração de trabalho e renda para capoeiristas artesãos. Entre as ações programadas estão um Webinário sobre a Base Conceitual do Artesanato Brasileiro, inscrição de produtos para certificação com o Selo Artesanato da Bahia e cadastramento de profissionais para emissão da Carteira Nacional da Artesã e da Artesão (CNA). As atividades têm a parceria do coletivo Capoeira em Movimento Bahia.


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