Comunicação consciente, clara e eficaz são atributos do autocuidado com a voz e com a imagem sonora, diz especialista

No mês Mundial da Voz, a fonoaudióloga Valéria Rezende explica quais caminhos precisam ser seguidos para a saúde vocal e a captura dos seus benefícios.
No mês Mundial da Voz, a fonoaudióloga Valéria Rezende explica quais caminhos precisam ser seguidos para a saúde vocal e a captura dos seus benefícios.

A voz faz parte da identidade sonora de uma pessoa e é o principal instrumento da comunicação humana. Ela pode revelar o estado emocional de quem está falando, transmitir emoções, intenções, a personalidade, a faixa etária, ou seja, passar várias impressões para quem está ouvindo. A voz pode impactar positiva ou negativamente na autoimagem de uma pessoa. Na semana do Dia Mundial da Saúde, 7 de abril de 2022, e no mês do Dia Mundial da Voz, 16 de abril, a fonoaudióloga Valéria Rezende fala sobre a importância de conhecer a voz para a construção da própria imagem, bem como sobre o autocuidado que se deve ter e os muitos benefícios agregados a essa prática.

Saber utilizar a voz no processo de construção da própria imagem é de suma importância. Para isso, buscar os cuidados vocais deve ser uma prática contínua, especialmente para os profissionais que a tem como principal ferramenta de trabalho: cantores, professores, advogados, jornalistas, palestrantes e demais trabalhadores de alta demanda vocal, além de pessoas que buscam reabilitação por patologias vocais e condicionamento.

Diante da necessidade de cuidados e atenta às demandas do público que busca uma imagem mais consistente, a fonoaudióloga Valéria Rezende, integrante do corpo clínico da Áurea Dermatologia, explica que a voz é a identidade sonora do indivíduo e todo processo de comunicação de sucesso envolve autoconhecimento, saúde, autoestima e qualidade da voz.

A profissional afirma que cuidar da voz é um exercício de autocuidado com a própria imagem, no caso, a imagem sonora. “A comunicação é como uma tela em branco e cada um de nós é um artista que cria quadros e mostra a sua arte ao mundo. Em cada quadro criado, escolhemos quais cores, qual a intensidade, frequência, qual a amplitude dos traços que vamos apresentar”, exemplifica.

A fonoaudióloga pontua que a voz é um componente importante no processo comunicativo. Uma comunicação clara, objetiva e eficaz faz toda diferença para quem fala e para quem recebe a mensagem, ou seja, a informação transmitida com sucesso só favorece a interação entre o emissor e o receptor da mensagem.

Valéria Rezende relata ainda que muitos pacientes procuram o consultório por se ouvirem de forma “estridente” ou por acharem que “falam para dentro, embolado, baixo” e, nesses casos, reclamam também de terem que repetir a mesma coisa por muitas vezes para serem entendidos. “Geralmente são pessoas que chegam ao consultório de maneira voluntária, pela própria percepção. Mas também existem casos em que as pessoas procuram o auxílio de uma especialista devido a opiniões ou críticas recebidos”. A fonoaudióloga comenta que, na maioria das vezes, “o paciente se sente profundamente incomodado por um feedback externo. O que demonstra o quanto a imagem sonora pode impactar na autoestima de uma pessoa”.

De acordo com Valéria, tendo em vista os problemas apresentados pelo paciente, o profissional o ajuda com a autopercepção e o autoconhecimento das habilidades comunicativas, bem como a entender melhor a sua performance vocal. “Sendo assim, a evolução alcançada durante a fonoterapia, favorecerá a relação do indivíduo com ele mesmo, refletindo na qualidade do relacionamento com as outras pessoas e na própria autoestima”, frisa.

Para Valéria Rezende, o processo do autoconhecimento começa quando a pessoa passa a gravar e se ouvir com mais frequência, através dos diversos recursos tecnológicos disponíveis atualmente. Inclusive, ela classifica como positivo e promissor o fato de as pessoas estarem se expressando muito mais por áudios e vídeos, como um hábito que pode favorecer a construção da autoimagem. Essa prática possibilita ao indivíduo ter um feedback e, assim, observar e mensurar os ajustes que ele mesmo julgar necessário.

“Se você escuta um áudio e percebe que o tom e a forma não estão compatíveis com a mensagem que você quer transmitir, você tem a possibilidade de apagar, refazer e ir construindo a narrativa de acordo com a própria intenção comunicativa. Nesse caso, não se trata de seguir um padrão de voz específico, e sim, eleger as características sonoras que mais combinam com o assunto que está sendo dito”, explica Valéria.

A Fonoaudióloga comenta também sobre a importância da voz na construção de uma imagem autêntica. De acordo com ela, no momento em que é trabalhada a fluidez da comunicação, os exercícios propostos promovem a percepção de diversos ajustes que compõe esse autoconhecimento da própria voz, ou seja, a partir dessa compreensão individual, a pessoa consegue identificar o que está ou não está adequado em sua performance e se a mensagem transmitida tem a ver com a sua personalidade e com o que se pretende dizer.

“Vale destacar que em todo esse processo, não existe certo ou errado, o que existe é o adequado ou inadequado diante do propósito e da personalidade de cada pessoa. É nessa perspectiva que a voz pode representar cada ser único da melhor maneira possível”, finaliza.


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