O Museu de Arte da Bahia (MAB), um dos 13 espaços artístico-culturais do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), autarquia da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), abre, nesta sexta-feira (28/04/2016), às 19h, a exposição Euclydes da Cunha na Cidade da Bahia, homenageando o centenário de morte do escritor e jornalista imortalizado no clássico da literatura brasileira por sua obra Os Sertões.
O curador da mostra, Claude Santos, em parceria com a diretora do MAB, Sylvia Athayde, selecionou fotografias das localidades da cidade do Salvador que foram visitadas por Euclydes da Cunha no final do século 19, quando ele aqui chegou no dia 7 de agosto de 1897, com 31 anos. O escritor integrava a comitiva do marechal Carlos Machado Bittencourt, ministro da Guerra, com a missão de noticiar a Guerra dos Canudos para o jornal O Estado de São Paulo.
Na exposição são apresentados painéis fotográficos com vistas da Bahia, da segunda metade do século 19, e ainda retratos do conselheiro Luís Viana – então governador do Estado – e do marechal Carlos Machado Bittencourt, ambos pintados pelo renomado artista Manoel Lopes Rodrigues, em 1898 e 1899, pertencentes ao acervo do MAB.
A exposição fica aberta ao público até o dia 30 de setembro, de terça a domingo, das 14 às 19h, no Museu de Arte da Bahia, no Corredor da Vitória, 2340. A entrada é gratuita. Outras informações sobre o MAB estão disponibilizadas no site www.ipac.ba.gov.br, ou pelos telefones (71) 3117-6908 e 3117-6901.
De jornalista a escritor
Para se preparar para escrever seus artigos, Euclydes da Cunha pesquisou sobre o sertão, a política baiana e a figura de Antônio Conselheiro, através de arquivos de redações de jornais, contatos com intelectuais e com os feridos das guerras que se encontravam hospitalizados, dando origem à publicação de 11 artigos, entre a partida do Rio de Janeiro e a estadia em Salvador.
No trajeto entre Salvador e Canudos, escreveu mais 13 matérias demonstrando extrema satisfação ao conhecer a natureza do sertão. Após 43 dias da partida da capital federal, no dia 16 de setembro, chegou doente ao acampamento das tropas que cercavam Canudos, de onde preparou sete reportagens. Reencontrou companheiros da Escola Militar, conheceu a região, participava da rotina local, desenhou maquetes do arraial e do entorno, fez inúmeras anotações que com o passar do tempo impulsionaram o seu lado escritor, fazendo com que seu lado jornalista fosse deixado em segundo plano.
Com o agravamento do seu estado de saúde, o jornalista teve que deixar Canudos antes do término da guerra. Suas reportagens publicadas como “Diário de uma Expedição”, para o jornal Estado de São Paulo, tiveram grande repercussão ao serem editadas em forma de livro, pela editora José Olympio, no ano de 1939, com uma introdução de Gilberto Freyre.
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