Na semana passada, pela televisão e pela internet, o Brasil assistiu a mais uma cena vergonhosa que trouxe como protagonista, o senador Aloizio Mercadante (PT): ele colocou o cargo à disposição terça (18), voltou atrás na quarta, e voltou atrás de novo na quinta. Não satisfeito, o senador, líder do partido no Senado, recuou mais uma vez nesta sexta-feira (21/08/2009) e disse no plenário da Casa que fica no cargo.
Mas o intrigante não foi só o “vou”, “não vou”, de Mercadante. Pior de tudo, foi que, além de não renunciar, o senador, bem como os demais integrantes da bancada petista na Comissão de Ética, aceitou todas as imposições para arquivar as denúncias contra Sarney.
Mercadante modificou completamente o significado da palavra irrevogável. Logo após a vitória de Lula, foi cunhada uma frase de grande efeito emocional: “A esperança venceu o medo”. Agora, diante das ações do PT na luta para perpetuar no poder, a esperança desapareceu. É o vale tudo na política para conquistar aliados, para cooptar partidos e parlamentares. A estrela do partido perdeu o brilho, enlameada por escândalos, corrupção, denúncias e falcatruas.
O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, em entrevista na Veja desta semana, mostra o verdadeiro perfil do PT, após seis anos e meio à frente do governo federal: “O PT passou vinte anos dizendo que era sério, que era ético, que trabalhava pelo Brasil de uma maneira diferente dos outros partidos. O mensalão minou todo o apelo que o PT havia acumulado em sua história. Ali acabou o diferencial. Ali acabou o charme. Todas as suas lideranças foram destruídas. Estrelas como José Dirceu, Luiz Gushiken e Antonio Palocci se apagaram…” Não que o partido está para ser extinto, mas perdeu seu rumo, seu norte, se desviou no caminho do poder pelo poder.
*José Ronaldo de Carvalho é presidente do Democratas de Feira de Santana e ex-prefeito do município.
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