6ª Região Militar do Exército Brasileiro (6ª RM)

A 6ª Região Militar do Exército Brasileiro (6ª RM) compreende os estados da Bahia e Sergipe e é denominada, também, como Região do Comando Marechal Cantuária. O comando militar é uma unidade militar responsável pelo planejamento, coordenação e execução das atividades do Exército Brasileiro nas regiões da Bahia e Sergipe, estados localizados na região Nordeste do Brasil. Esse comando faz parte da estrutura hierárquica do Exército Brasileiro e tem como objetivo principal a defesa do território nacional e a garantia da soberania do país.

A 6ª RM é responsável por uma série de atribuições, que incluem o treinamento e a preparação de tropas, a manutenção da prontidão operacional das unidades militares, o planejamento e execução de operações militares em caso de necessidade, a proteção de áreas estratégicas, ações de apoio à população em casos de desastres naturais, e a manutenção da ordem pública quando requisitado pelas autoridades competentes.

O Comando do Exército Brasileiro na Bahia e Sergipe também atua em estreita cooperação com outras instituições de segurança pública e forças armadas em operações conjuntas, visando o combate ao crime organizado, o controle de fronteiras e a garantia da segurança em eventos de grande porte.

O Comando Marechal Cantuária contribui para a preservação da segurança e estabilidade nas regiões em que atua, além de participar do desenvolvimento social e econômico dessas localidades por meio de atividades cívicas e ações de integração com a comunidade.

Introdução

A história da 6ª Região Militar está fortemente ligada à Bahia. Estabelecida em sua terra e irmanada com sua gente, lutou pela defesa dos mais autênticos interesses de nossa Pátria, constituindo-se no povo em armas. Em seu rastro de glórias, desde o descobrimento do Brasil encontram-se, indeléveis, fatos ricos em exemplos de valentia, amor à terra, nativismo, ideal de independência e resistência ao jugo estrangeiro, extraídos da participação nas lutas contra os invasores holandeses, do estabelecimento da defesa da costa, através de um singular sistema de fortificações, das participações nas Guerras da Independência, do Paraguai, Canudos e 2ª Guerra Mundial.

Origem e Formação
Ela teve como embrião o Governo das Armas da Província da Bahia, criado em 1821, com sede na cidade de Salvador, nascendo sob circunstâncias e em local que a levaram a participar, efetivamente da libertação do solo pátrio do jugo português.

A consolidação do Governo das Armas da Província da Bahia confunde-se com a luta pela Independência da Bahia, que foi palco dos mais violentos combates por nossa emancipação. Merece citação o envolvimento do Brigadeiro MANUEL PEDRO DE FREITAS GUIMARÃES, considerado o número 1 da galeria de Comandantes da 6ª RM, que, como Tenente-coronel, a 10 de fevereiro de 1821 liderou o movimento de caráter nativista inspirado na Revolução Constitucionalista do Porto e Lisboa. Vitorioso, foi aclamado Brigadeiro e Comandante das Armas. Entretanto, quase um ano depois, em fevereiro de 1822, o governo português, desconhecendo o sentimento brasileiro, nomeia para o mesmo cargo o Brigadeiro MADEIRA DE MELO, originando a crise que teria seu epílogo em Pirajá, livrando, em definitivo, o Território Nacional da ocupação lusa.

Atuação histórica

Em 1896 a Força Pública da Bahia e a guarnição federal entraram em conflito com os seguidores de Antônio Conselheiro em Canudos. As três primeiras expedições foram derrotadas. O governador Luís Viana e o general Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, comandante do 3º Distrito Militar, discordavam um do outro sobre a condução da guerra. O governador temia a intervenção federal e conseguiu o afastamento do general.

Em 1912 o general Sotero de Menezes, inspetor da 7ª Região, favoreceu José Joaquim Seabra na disputa política baiana e foi um dos principais atores na intervenção federal no estado. O clima entre o Exército e a Força Pública era tenso em Salvador. Para obrigar o governador interino Aurélio Rodrigues Viana, inimigo dos seabristas, a acatar uma decisão de um juiz federal, o general Menezes ordenou o bombardeio à cidade, danificando edifícios e matando civis. Morreram também soldados do Exército e da Força Pública no confronto.[8]

Na Segunda Guerra Mundial a defesa do litoral foi importante, atraindo unidades novas ou trazidas de outras regiões, muitas das quais foram desativadas ou transferidas de volta após a guerra. Surgiu o 18º Regimento de Infantaria e a artilharia de costa defendeu a Baía de Todos os Santos. O rio São Francisco foi usado para algumas das transferências militares ao Nordeste, evitando os riscos da rota marítima. As maiores contribuições à defesa de Salvador foram feitas pela Marinha. As Forças Armadas dos Estados Unidos também tiveram uma pequena presença na cidade.[9][10][11]

No golpe de Estado de 1964 o comandante, general Manoel Pereira, aderiu prontamente junto com seu superior Joaquim Justino Alves Bastos. As resistências foram evitadas. Seixas Dória, governador do Sergipe, foi deposto pelo Exército. O general Justino ordenou um movimento para o sul da Bahia, para um possível avanço na direção do Rio de Janeiro ou Brasília, o que acabou não sendo necessário.[12] O comandante da região coordenou a repressão política no interior baiano.

 

Fatos históricos relevantes

Ao longo de sua longa história, o Comando da 6ª RM, participou de diversas operações de guerra, dentre os quais podemos listar: as Lutas de Independência da Bahia -1822/1823; a Guerra do Paraguai – 1867/1870, enviando contingentes (477 do Corpo de Polícia e 561 do Batalhão de Caçadores da Bahia); a Campanha de Canudos – 1896/1897, como entreposto logístico; e a 2ª Guerra Mundial – 1944/1945, enviando contingentes para compor a FEB (686 homens da Bahia e 192 de Sergipe).

Participou também de Operações de Garantia da Lei e da Ordem como: o bombardeio da cidade de Salvador – 1912; a Campanha de Sergipe pela Legalidade – 1924; o combate à Coluna Prestes – 1924/1926; a resultante da greve realizada pelos policiais militares do Estado da Bahia – 2001; a missão de paz no Haiti (MINUSTAH) – 2006; as ações de segurança da Copa das Confederações FIFA – 2013; a Operação Ilhéus – 2014 (conflito entre indígenas e agricultores); as ações de segurança da Copa do Mundo FIFA – 2014; e das ações de segurança dos Jogos Olímpicos de Futebol, sede Salvador – 2016.

Participa, ainda, de operações subsidiárias de distribuição de água/Operação Carro-Pipa, desde o ano de 2008 até a presente data; do Projeto Soldado Cidadão, que prepara os jovens para inserção no mercado de trabalho e de Ações Cívicos Sociais nas áreas de saúde, educação e cultura como apoio de órgãos municipais, estaduais e federais; dentre outros projetos.

Por ser antiga e histórica, a 6ª RM possui um vasto acervo material e imaterial que, ao longo do tempo, vem sendo catalogado, organizado e divulgado por meio de espaços culturais tais como: os monumentos a FEB, situados em frente ao prédio do Comando da 6ª RM e ao Centro Gerontológico de Amaralina, em área aberta com visitação livre; o Salão de Honra do Cmdo 6ª RM; e o Espaço cultural da 6ª RM, em fase de implantação.

A 6ª Região é considerada a Região Militar mais antiga do Brasil e o primeiro Grande Comando criado no Exército Brasileiro.

Resumo Cronológico das Denominações da 6ª RM
01 Out 1821: Decreto de D. JOÃO organiza o Governo das Armas da Província da Bahia, com sede na cidade de Salvador/BA.
28 Jun 1830: Extinção do Governo das Armas da Província da Bahia e criação do Comando das Armas da Província da Bahia, permanecendo sua sede na cidade de Salvador/BA.
02 Jul 1891: O Decreto nº 431 extingue o Comando das Armas da Província da Bahia e cria o 3º Distrito Militar, constituído pelos Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas, com sede em Salvador/BA.
06 Ago 1908: O Decreto nº 7.053 extingue o 3º Distrito Militar e cria a 7ª Região Militar de Inspeção Permanente, constituída pelos Estados da Bahia e Espírito Santo, com sede em Salvador/BA.
23 Fev 1915: O Decreto nº 11.497 dissolve a 7ª Região Militar de Inspeção permanente e cria a 3ª Região Militar, constituída pelos Estados da Bahia e Sergipe, com sede na cidade de Salvador/BA.
18 Jun 1919: O Decreto nº 13.651 altera a denominação da 3ª Região Militar para 5ª Região Militar. No mesmo ano, o Decreto nº 13.651, foi substituído pelo de nº 13.916, de 11 de dezembro, permanecendo a denominação de 5ª Região Militar, constituída pelos Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas, com sede em Salvador/BA.
22 Jun 1923: – O Decreto nº 15.934 altera a Divisão Territorial Militar da República e muda a denominação da 5ª Região Militar para 6ª Região Militar, permanecendo sua sede na cidade de Salvador/BA.

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