Teoria da Revolução Permanente

A Teoria da Revolução Permanente é uma concepção política e social desenvolvida principalmente por Leon Trotsky, um dos líderes da Revolução Russa de 1917 e um dos principais teóricos do marxismo no século XX. Essa teoria desafia e expande algumas das ideias tradicionais do marxismo sobre a revolução e a evolução da sociedade.

O conceito central da Teoria da Revolução Permanente é a ideia de que as revoluções não são eventos isolados, mas processos contínuos que podem se desdobrar em várias etapas, com diferentes classes sociais e demandas entrando em jogo ao longo do tempo. Trotsky argumentou que, em sociedades atrasadas ou semifeudais, como a Rússia czarista da época, a burguesia não seria capaz de liderar uma revolução democrática completa, uma vez que ela estava comprometida com as relações de propriedade existentes e dependente de acordos com a aristocracia e o czarismo. Em vez disso, ele argumentou que a classe operária e os camponeses poderiam liderar a revolução democrática, mas, assim que isso acontecesse, inevitavelmente se deparariam com tarefas socialistas.

Trotsky também introduziu o conceito de “deformações” nas revoluções permanentes, referindo-se à distorção ou desvio das revoluções em direção a resultados não previstos inicialmente. Isso poderia ocorrer devido a fatores externos, como intervenção estrangeira, ou devido à pressão de classes sociais reacionárias dentro do próprio movimento revolucionário.

A Teoria da Revolução Permanente tem implicações importantes para a compreensão da dinâmica revolucionária em sociedades diversas. Ela sugere que a classe trabalhadora, quando lidera uma revolução democrática, não deve se contentar com metas limitadas, mas deve buscar avançar em direção a transformações socialistas. Além disso, a teoria enfatiza a necessidade de solidariedade internacional e a importância da revolução proletária em escala global.

Embora a Teoria da Revolução Permanente tenha sido desenvolvida originalmente no contexto da Rússia czarista, suas ideias têm sido aplicadas e debatidas em uma variedade de contextos e movimentos revolucionários ao redor do mundo. Ela continua sendo um tópico relevante na teoria política e no estudo das dinâmicas sociais e políticas em sociedades em transformação.

Hannah Arendt: O fato de a palavra revolução significar originalmente restauração é mais do que mera curiosidade semântica.
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Condições e significado da revolução | Por Hannah Arendt

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