Deputado Fabinho: DEM sofre de síndrome do esvaziamento

O deputado federal Fernando de Fabinho ao conceder esta entrevista, ele aborda temas variados que acontecem no cotidiano político não só ligado ao município ou seu Estado, mas de forma mais generalizada que acaba afetando de forma direta ou indiretamente a vida de milhões de cidadãos brasileiros.

JGB – Deputado qual é a sua posição com relação às privatizações das rodovias brasileiras, o senhor é a favor ou contra?

FF – Eu sou a favor de rodovias com qualidade e que ofereça segurança aos seus usuários. Se para isso é necessário a sua privatização, eu sou plenamente favorável. Entretanto, defendo a tese de que o governo ao optar por este procedimento terá que proceder com muito critério, com transparência e exercer uma cobrança de taxa de pedágio que seja compatível com a realidade econômica de nosso povo.

JGB – O deputado afastou-se da vida privada para se dedicar à vida pública, agora faz o caminho inverso e passa a atuar no setor de combustíveis, setor que constantemente é denunciado nos meios de comunicação devido ao seu envolvimento na adulteração dos combustíveis, o que tem causado substancial prejuízo a economia popular. O senhor não concorda que já passou da hora de se fazer uma fiscalização mais criteriosa no setor?

FF – Acho que sim, e se isso não ocorre é por que falta ao governo material humano para que possa implantar uma fiscalização mais efetiva. Mas isso não ocorre só no setor de combustíveis, acontecem com órgãos como a SUDENE, IBAMA e outros espalhados pelo país. Creio que infelizmente este procedimento ainda vai perdurar por um bom tempo. O que aconselho aos empresários do ramo é que eles procurem ser correto comercializando produtos com qualidade.

JGB – Qual a avaliação que o deputado faz da administração do governo de Wagner, no tocante a segurança pública em Feira e por extensão no Estado da Bahia?

FF – Se você considerar os índices dos governos passados, que já eram deficitários, e com o atual podemos dizer que a situação é de calamidade pública. O atual governo fez muitas promessas, mas não conseguiu oferecer a segurança que o povo baiano almejava.

JGB – Quando o governo Wagner assumiu o Estado, o município de Feira só dispunha de apenas três leitos de UTIs. Isto significa dizer que durante o governo de Paulo Souto e José Ronaldo não foram feitos investimentos necessários na área de saúde?

FF – Investimentos existiram. Mas entendo que para se fazer o necessário é preciso se dispor de muitos recursos. E como todos nós sabemos estes nunca estiveram disponíveis na mesma proporção das necessidades de nosso povo.

JGB – O deputado federal Sérgio Carneiro atribui o esvaziamento do Democratas a ausência de um projeto nacional. Qual a sua opinião sobre o assunto?

FF – Este fato é uma realidade, a direção do partido já realizou algumas ingerências neste sentido. O Democratas sofre do que eu denomino de síndrome do esvaziamento e só não ganhou maiores proporções por conta da lei eleitoral, que evitou uma redução mais drástica em nossos quadros políticos. Mas sou por natureza um otimista e acredito que o nosso partido, que já foi considerado como o maior da América Latina (PFL) conseguirá dar a volta por cima e voltaremos a nos reerguer.

JGB – Para a sucessão estadual o Democratas tem nomes para concorrer em 2010, ou vai apoiar um candidato que esteja ligado às oposições?

FF – Reconheço que em nossos quadros políticos existem bons nomes, mas não para competir em uma eleição em nível nacional. Acredito que o partido continuará mantendo aliança com o PSDB que tem um nome (José Serra) que está liderando as pesquisas.

JGB – No âmbito estadual o Democratas vai partir para as eleições em 2010 com candidatura própria ou irá apoiar um nome fora das hostes do partido?

FF – O DEM demonstrou na última eleição que está aberto ao diálogo. Mas no partido o nome mais forte para disputar o cargo de governador da Bahia é o de Paulo Souto.

JGB – Muitas obras que o atual governo anuncia demora sair do papel, o que o senhor atribui esta dificuldade de partir da teoria para a prática, um problema de gestão?

FF – Claro que é um problema de gestão de governo, falta de dinheiro é que não é. O que está faltando para concluir a obra do Centro de Convenções? A obra está totalmente legal, o que está faltando é boa vontade do governo em determinar os seus secretários de Desenvolvimento Urbano e da Fazenda para que iniciem os trabalhos para a conclusão de tão importante obra para o povo feirense.

JGB – O deputado acredita que a paralisação das obras do Centro de Convenções se deve a um boicote por parte dos governos estadual e federal, no tocante ao repasse de recursos para Feira, por ser o prefeito militante do Democratas?

FF – Não diria um boicote e sim, falta de boa vontade.

JGB – O deputado sempre teve o nome muito bem cotado no meio da política baiana. Atualmente, o senhor se encontra mais voltado para as suas atividades privadas. Isso quer dizer que o deputado está abandonando a atividade pública?

FF – Não, mais depois de 20 anos militando na vida pública em uma trajetória política sempre crescente, afastado da família, dos amigos e dos negócios para poder exercer bem a militância, creio que agora chegou o momento de aproveitar que ainda estou jovem para buscar garantir a minha sobrevivência, a política passa e a vida continua.

JGB – Comenta-se nos bastidores políticos que o deputado abrirá mão de sua reeleição para facilitar a caminhada do ex-prefeito José Ronaldo rumo à Câmara Federal. Existe esta possibilidade?

FF – A vaga de deputado federal sempre foi de José Ronaldo. Ele tem sido um grande parceiro político, tudo farei para ajudá-lo.

JGB – Qual a análise que o deputado faz com relação ao afastamento de Anaci Paim da Secretaria de Educação do Município?

FF – Eu acredito que o afastamento de Anaci Paim foi uma atitude acertada. A sua ausência ira lhe propiciar o tempo necessário que ela precisa para preparar a sua defesa e não prejudicar o governo de Tarcízio Pimenta. Constatado a sua inocência, poderá em um futuro próximo, voltar para cumprir as suas funções.


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