Criadores de Uibaí e Irecê recebem certificação de propriedade livre de Brucelose e Tuberculose

A Bahia é o Estado com o maior número de propriedades com certificação de área livre de Brucelose e Tuberculose do nordeste. Com nove fazendas livres dessas doenças, o Estado está à frente de Pernambuco com duas e do Ceará com apenas uma propriedade certificada. O programa, de âmbito nacional, foi iniciado na Bahia no ano passado e, para marcar o resultado positivo em território baiano, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Seagri, através da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), e o Ministério da Agricultura (Mapa), farão a entrega dos certificados no Parque de Exposições de Salvador nesta quinta-feira (03/), às 17 horas.

As primeiras fazendas a receber o certificado estão localizadas nos municípios de Uibaí e Irecê, região caracterizada, em sua maioria, por produtores da agricultura familiar.  As propriedades formam a área piloto do Projeto de Propriedades Livres de Brucelose e Tuberculose no Estado. A partir de agora esses agricultores familiares terão um produto qualificado e em condições de competitividade para exportação. O objetivo maior do projeto é promover a adesão de todas as propriedades da cadeia leiteira na Bahia já que a vacinação contra essas doenças ainda não é obrigatória. A estratégia da Adab é criar áreas com propriedades livres fornecedoras de produtos certificados. A conseqüência imediata é a geração de emprego, a garantia de animais saudáveis e a oferta de um produto qualificado para a população.

“Esta é mais uma contribuição para a construção de uma pecuária igualitária, forte e em conformidade com as determinações do governo federal. Queremos ver os produtos baianos ultrapassar as barreiras internacionais e conquistar seu lugar no mercado externo”, destaca o secretário da Agricultura, Roberto Muniz. Já o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto, salienta que a sanidade dos rebanhos e a qualidade dos produtos lácteos baianos são assuntos de interesse do Estado e dos produtores. “Os produtos baianos podem gerar um efeito impactante no comércio internacional, mas antes disso tem que haver o compromisso dos pecuaristas quanto à adesão ao programa para garantir um produto qualificado e saudável para a população”.

A próxima etapa é organizar as indústrias de laticínios para processarem leite originário apenas de propriedades certificadas. As propriedades participantes do projeto piloto e já certificadas pelo MAPA são Fazenda Itapicuru, Fazenda Caldeirão, Fazenda Mangueira, Fazenda Canavieira e Fazenda Pedreira no município de Uibaí, e a Fazenda Valpadana, em Irecê. As ações para o sucesso do projeto foram estabelecidas com o apoio da Federação da Agricultura (Faeb), Fundo de Desenvolvimento da Pecuária (Fundap), indústrias leiteiras e prefeituras municipais.

Certificação

Para iniciar o processo de certificação como propriedade livre de Brucelose e Tuberculose o produtor deve ir até um dos 428 escritórios locais da Adab e preencher um requerimento de adesão ao programa. Em seguida um veterinário habilitado pelo MAPA deve realizar os exames, fazendo a primeira colheita de material, enviando o resultado para a Adab.

Dentro de 90 dias deverá  ser feita uma segunda colheita com envio de resultado novamente para a Agência de Defesa. Seis meses após o segundo exame o veterinário da propriedade deve informar à Adab, com 15 dias de antecedência, o dia da última colheita de material. “Vale ressaltar que a presença de um técnico da Adab nesta última etapa do processo é uma determinação da legislação federal e o não cumprimento deste item invalida todo o procedimento anterior”, alerta a coordenadora do Programa de Brucelose e Tuberculose, Luciana Baiense.

O material recolhido da terceira colheita deve ser encaminhado para um laboratório oficial credenciado. Após a terceira colheita com resultado negativo consecutivo, o processo é enviado para o Ministério da Agricultura que emite a certificação de propriedade livre de Brucelose. O certificado tem validade de um ano e após esse período o produtor terá que revalidar o certificado, realizando um único exame em todos os animais.


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