Ninguém pode salvar você exceto você mesmo | Por Marcelo Vinicius

Ninguém pode salvar você exceto você mesmo.
Ninguém pode salvar você exceto você mesmo.

Existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo… Se eu bebo, a sua sede continua; se eu como, a sua fome continua… Ninguém pode matar a sua sede, sua fome, se não você mesmo. Ninguém pode salvar você exceto você mesmo. Dalai-Lama disse algo interessante em sua jornada: “O caminho para se livrar do sofrimento não depende de um ser superior. Depende só de você”.

Todos nós procuramos a liberdade. Todos tentam encontrá-la de alguma forma, mas procuram de maneira errada, às vezes, até preguiçosa. Muitos se apegam aos mestres, sábios e psicólogos. No entanto, esquecem-se que um mestre verdadeiro não pode ajudar diretamente. Ele ajuda, é claro, mas não o força a seguí-lo. Um mestre deve ser muito sutil, pois sabe que qualquer coisa que não seja experiência será perdida mais cedo ou mais tarde.

Tudo o que você não desenvolveu, não viveu, será perdido. Você não pode desfrutar, confiar, naquilo que não se desenvolveu em seu ser naturalmente. A verdade não pode ser dada, ela não é transferível. Mesmo que a verdade fosse dada, você jamais iria reconhecê-la. Sabe por quê? Porque você busca a liberdade, mas como ter liberdade se você depende de um mestre, de um psicólogo? Isso é ilusão! Isso é a procura por conveniências. O objetivo está certo, mas a forma como se busca está errada. Por isso que muitos não acreditam na felicidade, na liberdade, por estar procurando algo certo de forma errada.

Todos nós já presenciamos situações de sono, de torpor, certo? Esse exemplo é uma analogia bastante interessante e que deve ser observada mais de perto. Quantas vezes presenciamos pessoas entorpecidas com algo e tentamos acordá-las, até à força? Ela poderá acordar, mas cairá no sono no momento em que quem a acordou se for. E ainda poderá ficar com raiva, xingar a pessoa que lhe acordou, pois ela estava curtindo os seus sonhos.

Você está sonhando, chega uma pessoa e o acorda. Ninguém pode ser acordado antes da hora, nem deve ser. O correto é você mesmo cansar de sua cama e se levantar. Só você pode abrir os seus olhos e, sendo o responsável pelo seu despertar, estará realmente acordado. Só você pode sentir a necessidade de estar com os olhos abertos. Ninguém tem como lhe passar esse sentimento. Ninguém tem como lhe passar a vontade de acordar. Sentimentos e vontades não são transferidos. A chave é compreender porque você mantém seus olhos fechados. Uma vez que compreenda que já sonhou todos os sonhos possíveis, seus olhos abrirão espontaneamente, pois a vontade é sua e não emprestada!

Você precisa entrar no seu estado natural. Estado natural é estar aberto. A analogia utilizada pela filosofia oriental a respeito disso é a do punho. Observe o seu punho. Se você tiver que manter a sua mão fechada, um punho, você terá que mantê-lo seguro, cerrado. No momento em que você para de fechá-lo, ele começa a se abrir fluentemente. Esse exemplo conclui que estar aberto é natural e estar fechado é antinatural. Perceba que para manter a mão fechada você terá que colocar energia nela, mas para mantê-la aberta você não precisará de esforço, não é necessária nenhuma energia.

Os homens permanecem na ignorância, miseráveis. Para estar assim, fechados para a vida, é preciso por energia. É incrível o desgaste energético que as pessoas fazem para estar miseráveis. E, ainda, perdem a oportunidade de estar abertas para a vida, para as experiências, o que não exige energia alguma.

Permita-se viver livremente e desfrutar de todas as experiências necessárias ao conhecimento! Lembre-se que todos os ensinamentos são para esclarecê-lo como tal fato acontece, para falar a respeito do processo, mas ninguém pode fazer por você.

Buda disse: os budas só indicam o caminho, mas é você que tem que ir, cabe a você seguir o caminho. É preciso fincar fundo em seu ser que a experiência está acima de tudo, é preciso viver para que possa se desenvolver, se permita a isso.

*Por Cursou faculdade de Sistemas para Computadores, onde se voltou para as questões da Inteligência Artificial. Cursou Psicanálise, como também conserva o interesse pela Filosofia e Literatura, junto aos conceitos da Neurociência. Hoje, faz graduação em Enfermagem na UEFS, com ênfase em Saúde Mental / Neurologia. É o autor do livro “Desafios de uma mente”. Escreve para alguns sites na internet e também para a Sociedade Brasileira de Psicanálise.


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