A grande plenária do 4º Congresso Nacional do PT aprovou nesta sexta-feira os dois primeiros documentos da executiva – o texto da estratégia eleitoral para a campanha de 2010 e o das diretrizes do programa de governo da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff – praticamente sem mudanças.
Alguns grupos tentaram diminuir o poder do Diretório Nacional na definição de alianças estaduais, mas não conseguiram. Foi mantida no texto original a centralização da condução nas alianças nos estados, com prioridade total para a candidatura de Dilma. Isso significa prejuízo de projetos regionais do PT, pois o diretório nacional continua com o poder para definir quem sai ou não candidatos nos estados.
A estratégia foi vista como “nefasta” por tendências minoritárias, mas venceu a opinião de que a prioridade do PT é a eleição da ministra, independente de projetos estaduais.
Foi a tendência socialista de esquerda que apresentou uma proposta para tentar tirar a autonomia do Diretório Nacional. Houve grande debate e a emenda foi derrotada. Assim, o Diretório Nacional continua com o poder para definir quem sai ou não candidatos nos estados.
– Toda vez que as alianças são impostas nacionalmente os resultados são desastrosos – criticou Renato Simões, que discursou defendendo a emenda.
Já a corrente Novos Rumos, do Campo Majoritário, encabeçada pelos deputados paulistas José Genoino e Carlos Zarattini, tentou destacar a importância do PMDB na coligação, mas também foi derrotada. A proposta pretendia deixar clara a importância do PMDB como “eixo do bloco de apoio” da candidatura de Dilma.
– Temos que atrair o PMDB que é o maior partido da coalizão de centro. A nossa tática eleitoral tem que ser cristalina. E, neste momento, cada frase, cada discurso, cada vírgula, tem uma consequência concreta na disputa pela eleição nacional – disse Genoino.
O deputado Ricardo Berzoini foi contra. Ele defendeu que o PT atraia também aliança com Ciro Gomes (PSB) e outros partidos.
– Por isso, não queremos tratar diferenciadamente cada partido – disse Berzoini.
O texto que foi mantido no congresso afirma que “a continuidade do nosso projeto está vinculada à nossa capacidade de fortalecer um bloco de esquerda e progressista”. O que a emenda pretendia era amenizar a tendência de esquerda incluindo um partido de centro como o PMDB.
A direção do PMDB considerou natural que a tática eleitoral do PT deixasse de citar a legenda, informou a assessoria peemedebista.
Já as diretrizes do programa de governo do PT serão as propostas que serão apresentadas pelo partido às outras legendas que integrarão a campanha de Dilma, para montarem o programa de governo da coalizão.
O governador do Sergipe, Marcelo Déda (PT), nega que as propostas da sigla apontem para um eventual governo de Dilma mais à esquerda que a administração Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, as diretrizes a serem aprovadas pelo congresso do PT sinalizam que a campanha da ministra defenderá a continuidade com avanços.
– Esse programa de governo não reflete a Dilma, reflete o PT. Não é um bolo que a Dilma oferece ao PT, é um bolo que o PT oferece à Dilma – explicou o governador.
– Dilma é a expressão desse governo e o que ele tem de compromisso.
Dirceu diz que vai trabalhar oficialmente por Dilma
Na quinta-feira, o ex-deputado federal José Dirceu, cassado e sob investigação do STF por causa do mensalão do PT, disse que vai ter função formal na campanha de dilma .
Perguntada se Dirceu seria bem-vindo ao seu palanque, Dilma afirmou na quinta-feira:
– Ele é um dirigente do partido e, como tal, será considerado. Sem dúvida (será bem-vindo). Todos os dirigentes do PT, todos os militantes do PT serão bem-vindos, até porque deles eu dependo para me eleger.
A busca de Dirceu pelos holofotes e o aviso de que estará presente nos palanques de Dilma causou desconforto entre alguns petistas e integrantes do governo, que preferem atuação mais discreta do ex-ministro. Mas Dirceu, à vontade, contou que só ano passado visitou 70 vezes os estados para resolver pendências do partido.
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