Deputado Zé Neto sobre as emendas federais para a Bahia: os R$ 11 bilhões não vieram, nem na quantia e nem na velocidade

Zé Neto: A inflação batia à porta e a tendência era aumentar a inflação, o que poderia destruir definitivamente tudo que foi construído. Agora nós estamos retomando, a partir de agosto, novamente, um nível de investimentos.
Zé Neto: A inflação batia à porta e a tendência era aumentar a inflação, o que poderia destruir definitivamente tudo que foi construído. Agora nós estamos retomando, a partir de agosto, novamente, um nível de investimentos.

Deputado estadual e líder da maioria na Assembleia da Bahia, Zé Neto (José Cerqueira de Santana Neto – PT), concede entrevista exclusiva ao diretor do Jornal Grande Bahia, Carlos Augusto. Onde discorre sobre: desafios com a liderança, ações em benefício de Feira de Santana, elogios de Wagner, votações, cortes no orçamento da União que atingiram a Bahia, duplicação do anel de contorno, obras paralisadas e dificuldades fiscais.

“Esse ajusta fiscal nos trouxe dificuldades para esses primeiros seis meses. Para fazer novos investimentos. Inclusive para tocar o que já havia sido começado. Então, vamos a partir de julho a agosto, engrenar outra marcha.”

Jornal Grande Bahia – Deputado Estadual por vários mandatos, líder do governo, uma posição de importância e de responsabilidade. Tem sido difícil comandar essa liderança, onde o governo estadual está no mesmo partido que o governo federal?

Zé Neto – Difícil não é a palavra. Tem sido trabalhoso, porque há a necessidade de dedicação permanente. Obviamente que é uma grande experiência, e uma tarefa de importância singular, para condução da politica do Estado e obviamente do projeto do governado Wagner.

JGB – O que Feira de Santana, sua principal base eleitoral, e a cidade onde o senhor busca manter sempre uma ligação e uma maior responsabilidade, aceitando todas as críticas, tem ganhado com a sua liderança?

Zé Neto – Eu não sei se eu posso dizer que Feira de Santana, especificamente, passa ganhar em função de estar líder. O que posso dizer, de certa forma, é que o fato de estar envolvido com as questões do Estado de forma geral, eu acabo também compreendendo um pouco mais o funcionamento.

Isso às vezes nos facilita o acesso a determinadas situações e determinadas soluções de problemas, que obviamente muitas vezes não são resolvidos por falta de acesso ou mesmo até de comunicação com vários setores do Estado. Nessa interlocução acaba ajudando um pouco a gente facilitar com acesso aos mecanismos que modificam as situações da segurança, da educação, da saúde, enfim, do dia-a-dia da administração do Estado presente no município.

JGB – O governador Wagner, hoje aqui na Assembleia recebe titulo de cidadão baiano. Recentemente ele esteve na imprensa, onde ele teceu elogios sobre a sua liderança. Como o senhor avalia esses elogios?

Zé Neto – Na verdade quando eu fui escolhido para ser líder, alguns diziam que eu era um deputado combatível, e que o meu perfil era mais voltado talvez por embate do que para a negociação.

Só que eu venho de uma experiência de advocacia, sou advogado por formação, na verdade o que sou é advogado, estou deputado por um tempo que eu não sei até quando. Obviamente, que essa experiência de advocacia nos dá sempre mais cautela e sempre mais capacidade também de dialogar e conduzir o processo legislativo, tendo sempre como objetivo a mesa, como primeira saída, como primeira entrada dos conflitos.

Então, eu acho que foi isso que deu a gente mais condição de fazer com que hoje a Assembleia esteja, com a pauta relacionada ao governo do estado em dia.

Então, há um momento importante na política do estado, o governador Wagner ajuda e contribui com esse processo de construções de diálogos, bem mais permanentes, bem mais fraternos e bem mais conciliadores. Mesmo no embate político ideológico, se tem encontrado espaço para que o diálogo, em função de algumas questões administrativas, que são boas para a Bahia.

JGB – O senador Walter Pinheiro, no inicio do seu mandato este ano, falou que a Bahia iria receber cerca de 11 bilhões de verbas federais. É dinheiro de bancada, recursos federais. No entanto, o senhor em conversa conosco nos falou que o corte de 50 bilhões que a presidente Dilma fez no orçamento?

Zé Neto – Obras novas e projetos novos foram tirados da prioridade, o que antes, alguns já estavam. Até tudo encaminhado para licitação, eles foram suspensos, em alguns procedimentos, para que se deixasse esperar o resultado do ajuste fiscal que foi feito pelo governo federal.

O governo federal fez um ajuste fiscal de 51 bilhões, e isso evidentemente, trava em determinadas pontos do estado alguns investimentos. Não foi diferente na Bahia, que nós tivemos que dar uma freada de cerca de 1,6 bilhões que é o custo do nosso ajuste fiscal, necessário para que a presidente Dilma estivesse também, com a Bahia e com os outros estados do Brasil, comprometimento na política de estado, que visava diminuir o crescimento do Brasil. Que vinha com uma perspectiva de um crescimento de até 8%, sendo que não tinha esse suporte

A inflação batia à porta e a tendência era aumentar a inflação, o que poderia destruir definitivamente tudo que foi construído. Agora nós estamos retomando, a partir de agosto, novamente, um nível de investimentos que nós deixamos no último mês de novembro, dezembro. Achamos que a partir de agosto a gente começa a trabalhar com outro panorama. É como você coloca: os 11 bilhões não vieram, nem na quantia e nem na velocidade.

JGB – O senhor numa atitude corajosa. Corajosa porque representa o governo. Promoveu uma audiência para debater a concessão pública administrada pela VIABAHIA.  Um dos convidados, que é o diretor daANTT, foi duramente criticado em nosso jornal. Porque ele, de uma forma proselítica, falou que se estuda um novo anel de contorno, e que o atual está defasado. E nós dissemos, é necessário duplicar o atual, o anel de contorno de Feira de Santana, e construir um novo. Como o senhor analisa este posicionamento?

Zé Neto  – Realmente há um estudo sendo feito, eu não posso antecipar. Mas há um estudo. Eu espero que ele tenha a seriedade que nós esperamos e precisamos. Óbvio que já tem uma parte que já foi liberada, que é o acesso sul, que sai dali do Cajueiro, para o Hotel Pousada da Feira [BR 101]. Esse já está no planejamento, é a parte da contrapartida da VIABAHIA. Mas, estamos trabalhando. Não posso antecipar muita coisa, para que não aconteçam mais situações com relação ao nosso contorno.

JGB – O presidente Lula anunciou que recursos estariam locados para poder fazer a urbanização da lagoa que fica nas proximidades dos motéis. No entanto, até o presente momento essa obra…

Zé Neto  – Foi parte do que foi, infelizmente, contingenciado nesse pacote do começo do ano. Nós temos a perspectiva de mais R$ 90 milhões que estão chegando agora em agosto. É onde a gente retoma aquela obra e as demais que ficaram esperando. São as chamadas obras periféricas da Bacia do Jacuípe e da Bacia do Subaé. Está planejada a retomada daquela obra.

JGB – Aqui sem nenhuma crítica e nenhuma avaliação maior. Que mensagem, hoje, não apenas o deputado estadual, mas o líder da maioria e do governo na assembleia gostaria de deixar para o povo baiano, agora que está se encerando os festejos juninos?

Zé Neto – Quem viajou viu que as estradas estão bem melhores. Quem viajou viu que o povo baiano está vivendo uma situação bastante melhor, e o povo nordestino, em função das políticas que foram estabelecidas pelo presidente Lula e também pelo governador Wagner.

Nós vivemos um momento histórico do Brasil, muito importante. Acho que as festas juninas retomam e relembram a todos nós, as nossas raízes, as nossas origens. Mas é preciso lembrar que nós estamos finalizando agora em agosto, eu diria que a fase mais crucial e mais difícil do ajuste fiscal.

Esse ajusta fiscal nos trouxe dificuldades para esses primeiros seis meses. Para fazer novos investimentos. Inclusive para tocar o que já havia sido começado. Então, vamos a partir de julho a agosto, engrenar outra marcha. Então poderei dizer quando chegar ao final do ano, com um nível de investimentos, e um nível de repasses de recursos para os diversos setores do estado, o que nós tínhamos no passado e o que avançamos.

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