Decisão sobre compra de caças só sai quando Brasil se recuperar da crise, diz presidenta Dilma Rousseff

Presidenta Dilma Rousseff e o François Hollande, presidente da República Francesa.
Presidenta Dilma Rousseff e o François Hollande, presidente da República Francesa.

A compra de novos aviões caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) só voltará a ser discutida depois que o Brasil consolidar as medidas anticrise e retomar o ritmo de crescimento econômico. A declaração foi feita ontem (11/12/2012) pela presidenta Dilma Rousseff, na França, um dos países que estão na disputa para vender as aeronaves ao Brasil.

A francesa Dassault fabrica o Rafale, que concorre com o F/A-18E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing, e com o Gripen NG, da sueca Saab. O Brasil vai comprar pelo menos 36 caças.

Segundo Dilma, a discussão sobre a compra dos aviões começou há cerca de quatro anos, mas agora, diante do acirramento da crise econômica, o governo decidiu adiar o negócio até que o país se recupere da desaceleração da economia mundial.

“Nós temos visto a diminuição e estagnação, mesmo dos rendimentos que nós obtemos para assegurar o nosso orçamento, das nossas receitas. Isso nos leva a tomar extrema cautela ao decidir gastos, que sejam além daqueles que nós necessitamos, para fazer os estímulos fiscais que o nosso país precisa para sair da crise, tal como desonerações e investimentos em infraestrutura. Então adiamos, de fato, a opção por um dos três caças”, disse Dilma, em entrevista ao lado do presidente francês François Hollande, no Palácio do Eliseu, em Paris.

A pausa nas negociações “pode levar algum tempo”, segundo a presidenta. “Esperamos que o Brasil cresça nos próximos meses a uma taxa que dê possibilidade para que nós possamos voltar com esse assunto para nossa pauta, como sendo um assunto prioritário”, acrescentou.

Corte de gastos para conter crise internacional tem afetado conquistas sociais, diz Dilma

A presidenta Dilma Rousseff disse ontem (11/12/2012) que “o corte radical de gastos” feito pelos governos de países desenvolvidos tem afetado as conquistas sociais alcançadas pela população após a 2ª Grande Guerra Mundial. Segundo a presidenta, a melhor saída para a crise é o caminho que busca aliar os necessários ajustes fiscais e o estímulo ao investimento e ao consumo.

“Nós, países emergentes, demonstramos maior capacidade de recuperação, pois temos hoje uma maior estabilidade macroeconômica e não vacilamos em lançar mão de incentivos fiscais para reduzir os impactos da crise”, disse Dilma na abertura do Fórum pelo Progresso Social – O Crescimento como Saída para a Crise, em Paris. O evento foi organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean Jaurès.

A presidenta destacou a experiência latino-americana. “Todos nós, da América Latina, que fomos submetidos a um grave ajuste ao longo de duas décadas, sabemos que o corte radical de gastos afeta não só a economia, mas, sobretudo, compromete o futuro de nossa gente”. Para ela, na Europa, os cortes “têm afetado igualmente uma das maiores obras políticas do mundo, que foi a criação da União Europeia e da zona do euro”.

Para Dilma, a superação da crise pela União Europeia passa por muita cooperação, diálogo e compromisso dos governos – como defendeu o presidente da França, François Hollandé, antes do discurso da colega brasileira -, e também por uma união bancária, com um Banco Central com poderes para defender o euro, emitir títulos e emprestar recursos em última instância.

A presidenta disse que a superação da crise também passa, necessariamente, pela construção de um novo mundo e que, dificilmente, haverá uma oportunidade para se tomar um caminho com ações mais progressistas e menos ortodoxas.

Apesar de os países emergentes estarem superando de forma menos traumática a crise, Dilma ressaltou que todos vivem em um mundo interconectado e entrelaçado e que as decisões tomadas em qualquer parte afetam a todos. “Diante disso concordamos com o fato de que a opção preferencial por política ortodoxa, na maioria dos países desenvolvidos, não tem resolvido o problema da crise: nem seu aspecto fiscal nem seu aspecto financeiro. Pelo contrário, o que nós vemos é o agravamento da recessão, o aumento do desemprego, o aumento do desemprego entre os jovens, a desesperança e o desalento.”.

Dilma Rousseff: “Nós temos visto a diminuição e estagnação, mesmo dos rendimentos que nós obtemos para assegurar o nosso orçamento, das nossas receitas. Isso nos leva a tomar extrema cautela ao decidir gastos, que sejam além daqueles que nós necessitamos, para fazer os estímulos fiscais que o nosso país precisa para sair da crise, tal como desonerações e investimentos em infraestrutura. Então adiamos, de fato, a opção por um dos três caças”
Dilma Rousseff: “Nós temos visto a diminuição e estagnação, mesmo dos rendimentos que nós obtemos para assegurar o nosso orçamento, das nossas receitas. Isso nos leva a tomar extrema cautela ao decidir gastos, que sejam além daqueles que nós necessitamos, para fazer os estímulos fiscais que o nosso país precisa para sair da crise, tal como desonerações e investimentos em infraestrutura. Então adiamos, de fato, a opção por um dos três caças”
Presidenta Dilma Rousseff e o presidente da República Francesa, Sr. François Hollande, posam para foto com alunos brasileiros do " programa ciências sem fronteiras ".
Presidenta Dilma Rousseff e o presidente da República Francesa, François Hollande, posam para foto com alunos brasileiros do ” programa ciências sem fronteiras “.
Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com o Deputado Claude Bartolone, Presidente da Assembléia Nacional.
Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com o deputado Claude Bartolone, presidente da Assembléia Nacional da França.
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